Cristovam: esquerda precisa apegar-se mais a projetos de sociedade do que a siglas

Da Redação e Da Rádio Senado | 21/06/2017, 19h47

O senador Cristovam Buarque (PPS-DF) disse acreditar que a crise pela qual passa a esquerda no Brasil se deve ao fato de a socialdemocracia não representar mais o “novo” na sociedade. Para ele, outros segmentos também não representam inovação na política, mas a esquerda tinha obrigação de assumir este papel.

Cristovam defende que o campo ideológico da esquerda precisa evoluir suas ideias, apegar-se mais a projetos de sociedade do que a siglas, além de defender mais sonhos do que sindicatos e mais revoluções do que reivindicações. Ele acredita que é necessário dar coesão social e perceber a importância da educação.

Em sua opinião, para voltar a representar o novo é necessário defender a ética na política, sem corrupção de valores nem de prioridades. É preciso ainda propor uma política econômica eficiente e fazer uma sociedade sem pobreza, sem nenhum cidadão abaixo de um piso social. Para o senador, a democracia também deve ter mais interatividade e participação popular, com respeito às minorias e tolerância com as diferenças culturais.

Cristovam Buarque afirmou ainda que investir em alta tecnologia, com respeito ao meio ambiente, faz parte desta nova política que precisa ser defendida. Para ele, ser de esquerda ou de direita não tem a ver com partidos políticos.

- Além de ficarmos prisioneiros das ideias velhas, esquecemos de sonhar utopias novas e achamos que ser de esquerda é ser do partido X ou Y, ser de direita é ser do partido Z ou D. Não: ser de direita ou ser de esquerda é ter concepções diferentes. Primeiro, indignação com a realidade; segundo, sonhos de um mundo melhor; terceiro, querer construir esse mundo melhor pela política - afirmou o senador.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)