Reabertura da embaixada permitiu maior comércio com Bangladesh, diz embaixador

Sergio Vieira | 01/06/2017, 13h35

A Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE) aprovou nesta quinta-feira (1º) a indicação do diplomata João Tabajara de Oliveira para a chefia da embaixada brasileira em Bangladesh. Durante a sabatina, ele abordou o potencial de importação de produtos brasileiros que esta nação asiática possui e informou que a reabertura da embaixada, em 2010, possibilitou trocas comerciais expressivas.

— É nítida a diferença que isso faz. Já a partir de 2011 o intercâmbio entre os dois países superou U$ 1 bilhão, e desde 2015 só a parte referente a nossas exportações também já ultrapassou U$ 1 bilhão — informou.

O diplomata, que tem experiência em nações asiáticas, tendo atuado anteriormente em países como Kuwait e Bahrein, disse que a melhor maneira de incrementar o comércio com o Oriente se dá por meio da participação direta em feiras e missões de promoção de produtos.

— É um traço cultural nítido da cultura deles e das nações árabes, explorado de forma muito inteligente por exemplo pelo Reino Unido, na venda de produtos de tecnologia. Nesses países eles gostam de ver os produtos, entrar em contato diretamente com o que está sendo negociado. É o diferencial para vender pra eles — relatou Tabajara, para quem esse tipo de divulgação é também um traço da nossa diplomacia.

O embaixador indicado confirmou que o Brasil já foi formalmente convidado a participar da próxima Feira Internacional de Comércio em Bangladesh, no início do próximo ano. A seu ver, será mais uma oportunidade para que setores empresarias brasileiros realizem negócios com um país ainda muito carente em infra-estrutura industrial e na agricultura.

Tabajara acrescentou que o potencial econômico de Bangladesh é hoje reconhecido por organismos internacionais, como o banco Goldman Sachs, já apresentando desde 2007 um crescimento anual em sua economia da ordem de 6%. E o país já demonstrou interesse formal em estreitar laços visando a compra de material da indústria brasileira de defesa, acrescentou.

Jungmann

Também na reunião desta quinta-feira foi aprovado convite para que o ministro da Defesa, Raul Jungmann, explique aos senadores de que forma se dará a cooperação na área da Defesa estabelecida pelo governo brasileiro com os EUA, fruto de acordo assinado recentemente.

Também foi aprovada a realização de audiência, com a presença de autoridades do Exército, da Polícia Federal e do Ministério da Ciência e Tecnologia, para discutir a crise provocada pela onda recente de ataques cibernéticos em diversas partes do mundo.

Foram ainda aprovados quatro acordos assinados pelo governo brasileiro com outros países. Os acordos foram firmados com Angola (PDS 35/2017 - de cooperação no domínio da educação não superior e formação), Senegal (PDS 9/2017 - de cooperação científica e tecnológica), Mauritânia (PDS 14/2017 - sobre trabalho remunerado por parte de dependentes do pessoal diplomático) e Santa Lúcia (PDS 47/2017 - de cooperação educacional).

Críticas a Trump

Antes da sabatina, o presidente da CRE, senador Fernando Collor (PTC-AL), criticou o presidente dos EUA, Donald Trump, pelas indicações que tem dado de que retirará seu país do Acordo de Paris, assinado no âmbito das Nações Unidas e que busca mitigar os efeitos das mudanças climáticas. Para Collor, se os EUA se retirarem, isto será o equivalente a "um crime contra a humanidade".

— É a irresponsabilidade absoluta, uma verdadeira catástrofe e é confundir os interesses dos EUA com os do resto do planeta — criticou o senador, destacando que os EUA estão entre os maiores emissores de gás de efeito estufa no mundo.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)