BNDES beneficiou aliados do governo com juros subsidiados, afirma Alvaro Dias

Da Redação e Da Rádio Senado | 30/05/2017, 17h49

O senador Alvaro Dias (PV-PR) afirmou nesta terça-feira (30) que as irregularidades nos contratos firmados pelo BNDES tiveram origem em decreto de 2007 do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que alterou o estatuto do banco para permitir o financiamento de empresas de capital nacional que investissem no exterior.

Segundo senador, de 2008 a 2014 o valor dos contratos firmados entre o BNDES e as empresas beneficiárias chegou ao montante de R$ 716 bilhões. Como o governo não tinha esse dinheiro, houve emissão de títulos da dívida pública, a juros de 14,25%. Assim, o valor captado foi transferido para o BNDES, que firmou contratos com empresas, como o grupo JBS, a juros subsidiados, que variavam de 5 a 6%.

E o valor oriundo dessa diferença de juros, que chega a R$ 184 bilhões, acrescentou Alvaro Dias, será pago pelo povo brasileiro até 2060.

— O contribuinte brasileiro subsidiou essas taxas de juros privilegiadas, praticadas pelo governo brasileiro, através do BNDES, com os chamados campeões nacionais e, mais do que isso, com os países amigos de quem governava o Brasil: Cuba, Angola, Venezuela, Equador, enfim, países mais próximos ideologicamente daqueles que governavam o nosso país, com o benefício de recursos facilitados — disse.

O senador ressaltou ainda que as empresas beneficiárias desses empréstimos, em contrapartida, distribuíram benesses aos agentes públicos que contribuíram com a formalização dos contratos entre elas e o BNDES.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)