Presidente do IBGE diz que Censo Agropecuário 2017 será simplificado mas eficiente

Da Redação | 19/04/2017, 17h32

O presidente do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Paulo Rabello de Castro, afirmou, nesta quarta-feira (19), que o Censo Agropecuário 2017, previsto para começar em outubro, será o melhor censo do setor já realizado pelo Instituto em termos de qualidade. A afirmação foi feita durante participação em audiência pública da Comissão de Agricultura e Reforma Agrária (CRA).

De acordo com Paulo Rabello de Castro, mesmo com um corte de mais de 50% no orçamento destinado ao censo, o IBGE irá manter o rigor metodológico e os temas essenciais para o levantamento.

- Faremos muito com pouco. Em termos de qualidade esse vai ser o melhor censo agro de todos os tempos no IBGE. Eficiente, rápido, seguro. Serão cerca de 5 milhões de propriedades visitadas, 26 mil recenseadores e 100 dias de trabalho por entrevistador – explicou.

Um censo detalhado custaria aproximadamente R$ 1,6 bilhão em três anos, mas o Orçamento da União destinou por meio de emenda parlamentar apenas R$ 505 milhões neste ano para a tarefa, que teve de ser enxugada. Paulo ressaltou que, apesar disso, a agricultura familiar não será excluída do censo e todos os temas abordados anteriormente serão mantidos, entre eles, o cadastro do indivíduo, as características e os fatores de sua produção.

- Não estaremos excluindo quem quer que seja; seja agricultura empresarial, profissional, familiar, de grande porte, médio porte, pequeno porte. Estarão incluídos todos e o conjunto de variáveis não teve nenhuma supressão. Todos os temas foram preservados – disse.

Paulo Rabello de Castro ponderou que, apenas alguns detalhamentos existentes no questionário do censo é que foram, eficientemente, suprimidos. Com a simplificação, o tempo do questionário irá de 90 para 45 minutos. O presidente do IBGE ressaltou que quando o questionário é muito longo o entrevistado não apresenta um bom rendimento e afirmou que essa economia de tempo não diminui a eficiência do resultado e possibilita que o órgão diminua o número de recenseadores.

- Quando tivermos um cadastro geral faremos questionários especializados por amostra só sobre temas específicos. O censo era algo absolutamente detalhado em certos aspectos, mas não o suficiente para dar algumas respostas mais específicas – disse.

O senador Waldemir Moka (PMDB-MS) destacou que o censo é fundamental para o que o Brasil tenha credibilidade sobre dados importantes como a condição dos produtores rurais, o quê e quanto o país está produzindo e em quais lugares estão localizadas essas produções.

A senadora Ana Amélia (PP-RS) ressaltou a importância de os parlamentares trabalharem para que haja a suplementação financeira necessária à conclusão do projeto do Censo Agropecuário 2017.

- A pior obra é a obra inacabada. Que nós trabalhemos ao longo de 2017 para que haja a suplementação necessária à conclusão do projeto – disse.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)