João Capiberibe defende fim do foro privilegiado

Da Redação e Da Rádio Senado | 07/03/2017, 16h25

O senador João Capiberibe (PSB-AP) defendeu o fim do foro por prerrogativa de função, o chamado foro privilegiado, mecanismo que, para ele, nega a democracia e reforça a tese de que a justiça, no país, funciona apenas para pobres, negros e prostitutas.

Ele citou dados que indicam que, nos últimos 27 anos, 500 parlamentares foram investigados ou respondem por ação penal no Supremo Tribunal Federal.

Desse total, apenas 16 foram condenados, sendo que 8 cumprem pena; 3 recorreram das decisões; e cinco foram beneficiados com a prescrição da pena por causa da demora no julgamento dos processos, informou João Capiberibe, ao lembrar que os dados são do site jornalístico Congresso em Foco, especializado em cobertura política.

— No Brasil, poder tem dono, pertence a um reduzido grupo de homens brancos, que organizou e instrumentalizou o Estado republicano para si e para os seus, sem qualquer compromisso com as aspirações do conjunto da sociedade. É fato que, nas vezes em que a democracia avança e tenta se consolidar, acontece crise política seguida de retrocesso com golpes frequentes, que obstruem sua marcha.

João Capiberibe afirmou, ainda, a necessidade de reproduzir em todo o país ações como a Operação Lava Jato, para que as investigações não fiquem restritas apenas a uma força-tarefa em Curitiba.

Caso contrário, disse ele, a impunidade não será efetivamente combatida, restando em alguns a dúvida sobre os reais objetivos da operação da Polícia Federal.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)