Diálogo é o único caminho para lidar com ocupação de escolas, diz Fátima Bezerra

Da Redação e Da Rádio Senado | 25/10/2016, 15h43

A senadora Fátima Bezerra (PT-RN) e outros 17 senadores pediram que o Ministério Público Federal aja para anular ofício do Ministério da Educação que determinou a identificação de todos os estudantes que ocupam os institutos federais de educação tecnológica em todo o Brasil.

Segundo a senadora, desde o fim do mês passado alunos tomaram conta de escolas, em várias cidades do país, como forma de mostrar a discordância com medidas do governo para o setor da educação. A identificação dos manifestantes, na opinião dela, revela a intolerância do governo com quem questiona suas propostas.

- Não é por esse caminho que nós vamos resolver conflitos. Conflitos, impasses nós só resolveremos pelo caminho do debate, pelo caminho do diálogo - afirmou Fátima Bezerra em pronunciamento no Plenário do Senado nesta terça-feira (25).

Entre as propostas questionadas, ela citou a reformulação do ensino médio por meio de medida provisória (MP 746/2016), reduzindo o tempo necessário para a discussão da proposta, e a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 241/2016, que congela os gastos públicos por 20 anos. Para a senadora, a proposta compromete os investimentos em educação

Ela também criticou o projeto de lei conhecido como “escola sem partido”, em tramitação na Câmara dos Deputados, que proíbe o debate de assuntos relacionados à política em sala de aula. Fátima Bezerra também se solidarizou com a família do estudante Lucas Araújo Mota, morto com uma facada em uma escola estadual de Curitiba.

Vaquejada

A senadora também questionou a decisão do Supremo Tribunal Federal sobre a vaquejada. No seu entender, o Judiciário não pode simplesmente proibir a vaquejada sem ao menos discutir a natureza dessa atividade com todos os segmentos da sociedade.

Ele reconhece ser necessário assegurar o bem-estar dos animais envolvidos nesse tipo de atividade, que se caracteriza pela ação dos vaqueiros com o objetivo de derrubar o boi pelo rabo. No entanto, observou que é preciso  levar em conta a força cultural da vaquejada e os custos econômicos de colocá-la na ilegalidade.

- A vaquejada é um fenômeno muito forte não só no meu estado, o Rio Grande do Norte, é no Nordeste. Eu acho que debate tem que ser feito com foco e o foco é a regulamentação. Como dotarmos o país de uma regulamentação moderna, aperfeiçoada, uma regulamentação que faça essa intermediação entre os diversos interesses - defendeu.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)