Situação precária de trabalho no setor aeroviário é denunciada em audiência

Da Redação | 13/09/2016, 16h47

A terceirização e as condições de trabalho no setor aeroviário foram tema de debate na Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH) nesta terça-feira (13). A audiência pública contou com a participação de representantes de sindicatos, autoridades e trabalhadores terceirizados.

As principais discussões foram em relação às condições trabalhistas de terceirizados do setor com funções nas áreas de engenharia, transportes, manutenção e atendimento. Também foi apresentado um levantamento feito pelo Centro de Estudos Sindicais e de Economia do Trabalho (CESIT), envolvendo aeroportos das regiões de Guarulhos, Brasília e Fortaleza. O estudo foi feito com 500 trabalhadores e apontou salários inferiores para os terceirizados, jornadas de trabalho excedentes, sem horas-extras, e falta de segurança no ambiente de trabalho - fatores que o presidente da comissão, o senador Paulo Paim (PT-RS), comparou ao regime escravo.

— É voltar na época que a gente não tinha CLT, não tinha trabalhadores e querem voltar para um regime praticamente de escravidão — afirmou o senador.

Durante o debate, o secretário-geral da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Transporte e Logística, Nilton Oliveira, denunciou as condições precárias nas quais os trabalhadores aeroviários trabalham e ressaltou a diferença dos salários entre efetivos e terceirizados que exercem as mesmas funções.

— Eu poderia falar aqui várias horas sobre o problema que nos afeta que é a questão das empresas terceirizadas, as auxiliares em transporte aéreo, que vem aí explorando cada vez mais os trabalhadores. Chega a ser análogo à escravidão o trabalho que acontece nesses aeroportos — criticou.

Participaram da audiência representantes do Ministério Público, do Ministério do Trabalho, da Federação Nacional dos Trabalhadores na Aviação Civil, além de trabalhadores terceirizados da categoria.

Com informações da Rádio Senado

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)