Líder do DEM, Ronaldo Caiado anuncia independência em relação ao governo

Da Redação | 01/09/2016, 18h22

O senador Ronaldo Caiado (GO), líder do DEM, anunciou nesta quinta-feira (1º) que não integrará a base de apoio do governo do presidente Michel Temer e que manterá uma postura de “apoio crítico”. Ele se disse descontente com a votação que manteve os direitos políticos da ex-presidente Dilma Rousseff após o impeachment dela. Caiado entendeu o fato como uma concessão do governo ao PT e um possível desvio em relação aos compromissos políticos da nova administração.

— A minha posição será sempre de independência crítica. É fundamental que o governo não desvie de sua rota e não perca a pauta que foi formulada pelos movimentos de rua. Nós não podemos tergiversar.

Caiado classificou a decisão do Senado como uma “invencionice” e um “precedente grave” que pode beneficiar políticos cassados no futuro. Para ele, os senadores não poderiam ter separado a condenação da inabilitação para ocupar cargos públicos, o que, na sua análise, é disposto claramente na Constituição.

— Aquela manobra indiscutivelmente feriu a Constituição brasileira. Foi invencionice. O acordo não beneficiou apenas a presidente Dilma, mas criou uma nova legislação onde o cidadão cassado pode ser nomeado em qualquer secretaria de governo, ministério, e como tal ele se mantém dentro do foro privilegiado, fora das barras da primeira instância.

No entanto, Caiado afirmou que não vai recorrer do resultado ao Supremo Tribunal Federal (STF), por entender que o Senado é a última instância do processo de impeachment. Mesmo assim, ele observou que o assunto não está encerrado politicamente, e que vai cobrar do governo  e da base aliada esclarecimentos a respeito da decisão de apoiar a medida – 12 dos 19 senadores do partido do presidente decidiram não retirar os direitos políticos de Dilma.

— Qual é a mensagem que foi dada? O grande acordo que foi feito entre o PMDB e o PT. Nós precisamos saber quais os desdobramentos. O PMDB, por intermédio das suas lideranças, deverá explicar o que de verdade ocorreu, aonde eles querem chegar.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)