Presidente de federação pede um ano de licença maternidade e mais creches
Da Redação | 22/08/2016, 14h40
Os 70 anos da Federação Democrática Internacional de Mulheres (Fedim) foram celebrados, nesta segunda-feira (22), em sessão especial do Senado, presidida pelo senador Paulo Paim (PT-RS). Durante a sessão, a presidente da Fedim, Márcia Campos, à frente da instituição há 15 anos, defendeu o direito das mulheres a um ano de licença-maternidade e a construção de mais creches no país.
— Essa é uma das principais bandeiras das mulheres trabalhadoras, e nós temos essa bandeira há muito tempo aqui no Brasil. Infelizmente tem andado pouco. Mas nós queremos deixar claro que a creche e o aumento da licença-maternidade são fundamentais para que a mulher trabalhadora tenha condições de trabalhar e fazer parte da construção do nosso país — afirmou.
Para Márcia, a sociedade precisa assumir a maternidade como um bem social, pois a criança não é apenas da mulher, mas da sociedade. A presidente da Fedim pediu ainda a solidariedade ao povo da Síria, que sofre a guerra há cinco anos. Ela disse ainda que a federação luta pelo fim das guerras em todo o mundo.
— Nós queremos as mulheres do mundo emancipadas, com trabalho, com direito à maternidade digna, com direito a uma licença-maternidade digna, com direito a fazer valer a voz da mulher junto aos homens do mundo para que todas nós sejamos livres — disse.
Tráfico
Na abertura da sessão, Paim falou do tráfico internacional de pessoas. Ele citou estimativas da Organização das Nações Unidas (ONU), segundo as quais apenas o tráfico de mulheres e crianças movimenta anualmente de US$ 7 bilhões a US$ 9 bilhões por ano. Paim lembrou do sequestro de mais de 200 garotas estudantes na Nigéria pelo grupo terrorista Boko Haram em 2015 e falou da importância do trabalho da Fedim para garantir os direitos das mulheres.
O senador lembrou ainda as conquistas na legislação brasileira em favor das mulheres, como a aprovação da lei que garante os direitos sociais às empregadas domésticas e da Lei Maria da Penha. Paim defendeu ainda a aprovação do Projeto de Lei da Câmara 130/2011, que multa os empregadores que cometem discriminação entre mulheres e homens para fins de remuneração profissional e oportunidades de ascensão profissional.
— Quando eu o relatei nas comissões e aprovei e o projeto veio para o Plenário, eu tinha o entendimento — já se passaram mais de dois anos — de que essa lei seria aprovada de imediato. Mas apareceu aqui um recurso para mandar esse projeto para a Comissão de Agricultura e Reforma Agrária e para a Comissão de Serviços de Infraestrutura. O que têm a ver reforma agrária e infraestrutura com o direito das mulheres? Não têm nada a ver! —questionou Paim.
Também participaram da sessão a presidente da Confederação das Mulheres do Brasil, Gláucia Morelli; o presidente da Central Geral dos Trabalhadores do Brasil, Ubiraci Dantas de Oliveira; e a vice-presidente e secretária da Mulher do Partido Pátria Livre, Rosanita Monteiro de Campos.
História
Conforme relatado por Gláucia Morelli, a história da Fedim começou após a Segunda Guerra Mundial, quando 850 mulheres se uniram na França. A Federação Internacional das Mulheres é uma organização não governamental, que une mulheres de diferentes setores e crenças em defesa de direitos, de igualdade, de emprego e por uma sociedade mais justa para as mulheres.
Um dos princípios da federação é o de garantir os direitos das mulheres e um bom futuro para as crianças em um mundo de paz. Atualmente, conta com 660 organizações filiadas, em 160 países.
Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)
MAIS NOTÍCIAS SOBRE: