Requião aponta reação do capital não produtivo contra o Estado social

Da Redação | 22/07/2016, 14h50

O afastamento da presidente Dilma Rousseff e a crise brasileira seriam resultado da reação do capital não produtivo contra o Estado de bem-estar social, na avaliação do senador Roberto Requião (PMDB-PR). Ele fez considerações sobre o tema no Plenário do Senado Federal na manhã desta sexta-feira (22).

— O que é o Estado social? É o respeito às mulheres, à igualdade de gênero, aos direitos do trabalhador. É o respeito às minorias, à sustentabilidade, à natureza — explicou.

De acordo com o parlamentar, o Estado social seria um obstáculo à ação do "capital vadio" de exploração do trabalho e apropriação da mais-valia. E tendo seus interesses contrariados, o capital especulativo reage com base em um tripé que começa pela precarização do Executivo.

— O Executivo passa a ser entendido como um Estado polícia, para segurar as manifestações de protesto do povo, e o Banco Central passa a ser o verdadeiro governo, na mão dos detentores do capital. E entrega-se a condução da economia ao setor financeiro, à banca — afirmou Requião.

A isso se somaria a precarização do Parlamento, através do financiamento privado de campanhas, principalmente de pessoas jurídicas, conforme argumenta o parlamentar.

— Não temos mais partidos; temos, à moda de dizer dos gaúchos, mandaletes dos financiadores de campanha — disse.

E para completar o tripé, estaria em curso a precarização do trabalho.

— E, em um processo recessivo como o que vivemos, isso significa que os trabalhadores são reduzidos à condição de verdadeiros escravos do sistema dominado pelo capital não produtivo — observou.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)