Romero Jucá diz que pedido de prisão é 'absurdo' e que confia na Justiça

Da Redação | 07/06/2016, 17h27

O senador Romero Jucá (PMDB-RR) disse nesta terça-feira (7), em Plenário, que ainda não pode se posicionar sobre o pedido de prisão contra ele porque não teve acesso às gravações da delação do ex-presidente da Transpetro, Sérgio Machado.

O pedido de prisão de Jucá e também do presidente do Senado, Renan Calheiros, do presidente afastado da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e do ex-presidente da República e do Senado José Sarney foi enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF) pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot por suspeita de tentativa de obstrução da Operação Lava Jato.

— Infelizmente esses fatos nos levam a ser vítimas de um processo que não posso responder, porque até hoje não consegui acesso nem às gravações, nem às delações do Sérgio Machado — disse Jucá.

O senador lembrou que já pediu as informações sobre o processo para poder se posicionar e emitiu duas notas oficias sobre a questão.  Além disso, destacou o trabalho dele em três mandatos no Senado e disse ter “a tranquilidade de quem fala  a verdade”.

— Vou aguardar com a tranquilidade de quem confia na Justiça, e espero que essa situação absurda possa ser efetivamente resolvida em curto prazo — afirmou.

Solidariedade

Jucá recebeu a manifestação de solidariedade de alguns senadores. O líder do governo, Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP), disse que não vê fundamento para o pedido de prisão mediante o conteúdo da gravação que foi divulgada.

Zezé Perrela (PTB-MG) cobrou mais responsabilidade na condução da Operação Lava Jato e na exposição pública dos parlamentares investigados, pois estariam sendo “julgados pela mídia e governados por delatores”.

Já Renan Calheiros afirmou que não é necessário ter preocupação com os excessos cometidos contra os senadores, apesar da ameaça à soberania dos mandatos. Segundo ele, preocupam mais os excessos contra a instituição.

— É preciso aguardar com serenidade e responsabilidade a decisão da Suprema Corte. Qualquer movimento que nós fizermos a mais parecerá que estamos danificando a separação dos Poderes, que é fundamental para o equilíbrio nesse momento dramático da vida nacional. Mais do que nunca é preciso falar pelo silêncio — completou.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)