Gleisi Hoffmann diz que mulheres ainda são desrespeitadas e discriminadas no Brasil

Da Redação e Da Rádio Senado | 01/06/2016, 17h09

A senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) disse nesta segunda-feira (1º) que houve no Plenário do Senado, no dia anterior, um exemplo do quanto a discriminação e de desrespeito às mulheres ainda prevalece na sociedade, apesar dos avanços.

Ela afirmou que um grupo de deputadas, senadoras e representantes de entidades ligadas às causas femininas queriam entrar no Plenário, fazer um manifesto contra a cultura do estupro e tirar fotos com cartazes para sensibilizar os parlamentares, mas foram impedidas. Enquanto tentavam obter autorização da Mesa, disse Gleisi, alguns senadores pediram a palavra para tratar de outros assuntos. E quando elas foram autorizadas a fazer a manifestação, as representantes de entidades defensoras das mulheres já tinham ido embora, lamentou a senadora.

Gleisi Hoffmann disse também que durante a votação do projeto de lei (PLS 618/2015) que pune com mais rigor o crime de estupros coletivos, alguns senadores tratavam de outros assuntos e não do projeto. “Tivemos que pedir que o debate sobre a proposta fosse retomado”, afirmou a senadora. Para ela, isso demonstra o quanto as mulheres ainda são "invisíveis" e são desrespeitadas.

— Se esta Casa que se pretende com consciência mínima, que faz legislação tão avançada, como gosta de dizer, não consegue ter respeito com mulheres, então só isso justifica o que nós vivemos na nossa sociedade. Ou seja, nós temos que ter leis avançadas, mas se nós não mudarmos o comportamento, não mudarmos a cultura, nós não vamos conseguir mudar. E nós ainda temos que ouvir gracinhas de que os homens vão fazer um movimento para o seu empoderamento, para não perder direitos.

Delação premiada

Gleisi Hoffmann também comentou notícia segundo a qual o ex-presidente da construtora OAS, Leo Pinheiro, teria tido sua delação premiada recusada porque seu depoimento inocentava o ex-presidente Lula.

Ela afirmou que, segundo a imprensa, Léo Pinheiro teria dito que a OAS fez obras no apartamento triplex, no Guarujá, e no sítio de Atibaia para agradar a Lula, e não em contrapartida a benefícios recebidos. As informações, no entanto, não teriam sido consideradas críveis.

— Como dizem que não é crível. Em que se baseiam para afirmar isso? — questionou a senadora.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)