Regina Sousa aponta machismo em processo de impeachment de Dilma

Da Redação e Da Rádio Senado | 27/04/2016, 18h39

A senadora Regina Sousa (PT-PI) apontou um componente machista no processo político que pode levar ao impeachment da presidente da República Dilma Rousseff. Para a senadora, fosse um homem o presidente, não sofreria o mesmo tipo de oposição desrespeitosa. Como exemplo, apontou a proibição de que a presidente se pronunciar em rede nacional para falar sobre o processo.

Regina Sousa também citou a ida de deputados à Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas, que considerou como uma tentativa de vigiar a presidente. A senadora classificou de golpistas os que querem promover o impeachment de Dilma. Referiu-se a matéria publicada no jornal O Estado de S. Paulo, segundo a qual um grupo de parlamentares reuniu-se durante um ano, desde abril de 2015, para articular o processo de impeachment da presidente. E apontou as declarações do presidente da Câmara, Eduardo Cunha, de que não reconhece mais este governo.

— O presidente da Câmara decretou a vacância do cargo da presidenta. Porque ele disse que não reconhece mais este governo, que nada mais recebe, que nada mais vota enquanto este governo não cair. E aí eu tenho certeza de que tem um componente machista nesta história. Se fosse um homem na Presidência da República, eu duvido que alguma dessas coisas tivesse acontecido.

A senadora disse acreditar que o povo que foi às ruas se manifestar a favor do impeachment está percebendo que não é uma medida de combate à corrupção. Regina Sousa também afirmou que Dilma não é acusada de corrupção, ao contrário do vice-presidente Michel Temer, que pode ficar no lugar dela.

 

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)