Gleisi aponta fragilidade em acusações contra ela na Lava-Jato

Da Redação | 01/04/2016, 12h56

A senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) nega ter recebido R$ 1 milhão para sua campanha ao Senado em 2010, como apontado por delatores investigados pela Operação Lava-Jato, e diz serem denúncias frágeis e desacreditadas.

– Tudo foi milimetricamente investigado. Estive na Petrobras? Não. Conversei alguma vez com Paulo Roberto Costa ou com Alberto Youssef? Não! Eles disseram que me conheciam? Não! Que eu tinha participado, era beneficiária ou conhecia o esquema de dinheiro na Petrobras? Não! – afirmou.

As denúncias contra ela e contra seu marido Paulo Bernardo surgiram na delação do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa e do doleiro Alberto Youssef, mas em versões divergentes, como lembra Gleisi.

Enquanto o doleiro diz ter seguido orientação de Paulo Roberto, que teria recebido o pedido de doação do marido da senadora, o ex-diretor da Petrobras nega que tenha recebido tal pedido e diz ter apenas concordado com o suposto repasse solicitado pelo doleiro, que não informou a quem Paulo Bernardo teria feito o pedido de dinheiro.

Nas investigações, diz Gleisi, foram realizadas duas acareação entre os dois delatores, ficando demonstrado que não houve pedido de recursos para sua campanha a nenhum deles.

Sobre a suposta entrega dos recursos, ela afirma que foram realizadas várias diligências, sem que se tenha chegado a uma conclusão. Inicialmente, Alberto Youssef disse ter entregue o dinheiro a  Ernesto Kugler Rodrigues, empresário e amigo da senadora, no escritório do doleiro, em São Paulo.

– Ernesto nunca esteve no escritório de Alberto Youssef. Isso foi comprovado pelas investigações – frisou.

Ao perceber que seria insustentável essa versão, disse Gleisi, o doleiro passou a afirmar que a entrega teria sido feita em um shopping em Curitiba por um empregado dele, Rafael Ângulo Lopez. No entanto, Lopez negou conhecer Ernesto Kluger Rodrigues ou ter feito a entrega.

– Alberto Youssef é ouvido outras vezes e, em cada uma, imputa a responsabilidade pela entrega dos valores a uma pessoa diferente. Foram ouvidas outras quatro ou cinco pessoas que trabalhavam para ele e nenhuma assume a entrega dos valores – afirmou.

Conforme a senadora, após seis versões, Antônio Carlos Fioravante Pieruccini, sócio de Alberto Youssef, assume ter feito a suposta entrega do dinheiro.

– Após seis tentativas frustradas de narrar a suposta entrega de valores à minha campanha – mesmo porque não houve qualquer entrega –, aparece alguém que é assessorado pelo mesmo advogado do delator, disposto a dizer o que precisasse. Foi assim que se deu o meu indiciamento e o de Paulo Bernardo, baseado nessa versão absolutamente descredibilizada que apareceu no inquérito.

A senadora se disse confiante de que provará sua inocência.

– Quero reafirmar aqui: não tenho conta no exterior, não tenho negócios na política, não fiz patrimônio com recursos escusos. Tudo que tenho é compatível com minha remuneração. Continuarei confiando na Justiça e na política como meios de sustentar a democracia e dar respostas às demandas da sociedade.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)