Campanha por mais mulheres na política será lançada em sessão solene

Da Redação | 30/03/2016, 18h51

O Congresso Nacional fará sessão solene, nesta quinta-feira (31), às 11h, para lançar a campanha “Mulher na Política” do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Dias Toffoli e a ministra Luciana Lóssio confirmaram presença na solenidade, que será realizada no Plenário do Senado.

A campanha tem por finalidade estimular a participação feminina nas eleições municipais de outubro com propaganda institucional em rádio e TV, conforme atualizações da minirreforma eleitoral (Lei nº 13.165/2015). Incentivar a participação feminina na política foi uma das conquistas do trabalho da bancada feminina do Congresso. A sessão solene foi pedida em conjunto pela senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM), que é titular da Procuradoria Especial da Mulher no Senado, e as deputadas Elcione Barbalho (PMDB-PA) e Dâmina Pereira (PSL-MG).

Segundo a senadora, a cota de 30% de candidaturas femininas, vigente na legislação eleitoral desde 1995, não tem conseguido cumprir o seu papel: nas últimas eleições, as mulheres ocuparam apenas 10% dos cargos eletivos, aproximadamente. Portanto o apoio do Poder Judiciário e da Justiça Eleitoral é uma peça fundamental para reverter esse quadro.

— Com essa campanha podemos estimular o apoio que precisamos para garantir um maior número de mulheres no Parlamento — afirmou.

Vanessa acredita que a campanha é um incentivo para fazer com que a ampliação da presença feminina na esfera política possa alavancar o empoderamento da mulher em todas as demais áreas sociais. Fazendo com que as mulheres se reconheçam como agentes sociais importantes na construção de uma sociedade mais justa e melhor.
Para a manutenção dos direitos das mulheres, segundo a senadora, é preciso ter representatividade, isso é garantido por meio da igualdade de participação entre homens e mulheres na política o que possibilita uma sociedade melhor.

— Precisamos cumprir a tarefa de edificar uma sociedade realmente justa, de fato democrática e que reconheça a importância da representação política da metade feminina da população, assim como prenunciou Simone de Beauvoir: “Por um mundo onde sejamos socialmente iguais, humanamente diferentes e totalmente livres” — concluiu a senadora.

Dados

O Brasil, apesar de ser a sétima economia do mundo, ainda perde no quesito representatividade da mulher no Parlamento. Segundo levantamento apresentado na cartilha "+ Mulheres na Política", produzida pela Procuradoria Especial da Mulher do Senado (ProMul), comparado com seus vizinhos latino-americanos, o Brasil apresenta a penúltima posição, à frente apenas do Haiti.

No Congresso, as mulheres ocupam 63 cadeiras, 51 na Câmara dos Deputados e 12 no Senado. Ocupando assim, timidamente, a 158ª posição no ranking mundial de participação feminina no Parlamento, entre 188 países pesquisados.

Com informações da Procuradoria Especial da Mulher do Senado

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)