Governo precisa ouvir reivindicações de caminhoneiros, diz Alvaro Dias

Da Redação e Da Rádio Senado | 09/11/2015, 16h55

O risco de desabastecimento no país em decorrência da greve dos caminhoneiros foi apontado nesta segunda-feira (9) pelo senador Alvaro Dias (PSDB-PR). De acordo com ele, o governo federal parece não entender a importância da categoria.

Prova disso, segundo Alvaro Dias, é que os caminhoneiros teriam tentado ser ouvidos pelo governo, sem obter sucesso. Apenas o ministro do Trabalho e Previdência Social, Miguel Rosseto, recebeu a categoria e mesmo assim, disse o senador, muito rapidamente.

Os caminhoneiros precisam ser ouvidos, afirmou Alvaro Dias, acrescentando que muitos estão com acúmulo de dívidas, problemas com frete, além de terem que trafegar em rodovias esburacadas, convivendo com a insegurança nas estradas.

O senador disse ainda ser preciso que o governo pare de classificá-los de "serviçais de interesses de partidos".

— Os caminhoneiros de um modo geral não mais acreditam no governo. Eles cansaram de ouvir promessas não cumpridas, compromissos não respeitados. E, portanto, apelam para a renúncia da presidente Dilma na esperança de poder tratar de seus interesses e de seus direitos com um outro governo. Nós temos que respeitar. Neste sistema democrático a que estamos sujeitos, o respeito à livre manifestação do pensamento e às mobilizações populares é primordial — disse Alvaro Dias.

Saúde pública

Ele também reclamou do caos na saúde pública. E acusou o governo de tratar o Ministério da Saúde como um "balcão de negócios". Neste ano, disse, houve cortes de R$ 13 bilhões no Orçamento. E para o ano que vem a previsão é de que os cortes sejam de quase R$ 4 bilhões.

Isso se reflete no serviço oferecido à população, disse, citando dados do Tribunal de Contas da União, segundo os quais em 29% dos postos de saúde não há nem estetoscópio.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)