Alvaro Dias diz que manobras protelatórias em favor do governo Dilma prejudicam o país

Da Redação e Da Rádio Senado | 22/10/2015, 19h08

O senador Alvaro Dias (PSDB-PR) chamou atenção nesta quinta-feira (22)  para o sentimento popular de “angústia, desesperança e espanto” diante da gravidade da crise econômica e da corrupção endêmica. Ele afirmou que desde a posse de Luiz Inácio Lula da Silva, em 2003, a oposição tem alertado para os “desvios monumentais” do governo, mas a sucessão de escândalos causou a banalização da corrupção. Alvaro Dias criticou as justificativas da bancada governista para os desmandos do PT, que considera agressões à aspiração do povo de mudança urgente.

— Ora, a presidente afirmar que seu governo não está envolvido com corrupção é um acinte, é um escárnio, é subestimar a inteligência dos brasileiros, que são vítimas dessa corrupção que mata os seus sonhos – declarou em Plenário.

O senador também apontou para a gravidade da situação econômica do país e para o endividamento público. Para ele, a administração de Dilma já demonstrou que não sabe como superar os problemas que ela mesma criou.

Eduardo Cunha

Alvaro Dias também disse haver uma conjunção de interesses entre o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, que sofre várias acusações a partir da Operação Lava Jato, e a presidente da República. Para ele, protelar decisão sobre ps pedidos de impeachment encaminhados à Câmara serve a ambos — Eduardo Cunha e Dilma Rousseff — e prejudica o país, que sofre com a indefinição política. Na opinião do parlamentar, a sociedade está “esgotada” e não aceita esperar mais três anos sob um governo marcado pelo que chamou de “fatos escabrosos”.

- Há um acordo de procedimentos entre o governo, a Presidência da República e a Presidência da Câmara dos Deputados. E, nesse acordo de procedimentos, a estratégia é ganhar tempo, de um lado e de outro, em razão do que atinge o Presidente da Câmara – e está em curso –, e em relação àquilo que atinge à Presidência da República e pode culminar com a instauração de um processo de impeachment – avaliou Alvaro Dias, para quem as medidas protelatórias têm também objetivo de tornar o assunto cansativo, esgotar o ímpeto popular diante da morosidade dos procedimentos.

Alvaro Dias criticou também a decisão do presidente do Senado, Renan Calheiros, de oferecer 45 dias defesa prévia antes que Dilma possa prestar contas à Comissão Mista de Orçamento sobre as contas rejeitadas, incluindo pedaladas e outras irregularidades, pelo Tribunal de Contas da União.

Venezuela

Por fim, Alvaro Dias também criticou o veto da Venezuela à presença do ex-ministro Nelson Jobim como observador das eleições. Para ele, a rejeição por parte do regime de Nicolás Maduro valoriza o currículo de Jobim e prenuncia uma fraude eleitoral na Venezuela, mas o governo brasileiro não reage por falta de autoridade.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)