Presidente da Fiesp pede rejeição de propostas que aumentam a carga tributária

Da Redação | 16/09/2015, 13h37

O presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf, pediu ao presidente do Senado, Renan Calheiros, que os senadores não aprovem elevação da carga tributária. Em visita nesta quarta-feira (16), ele não poupou críticas ao pacote apresentado pelo governo federal e disse que as medidas anunciadas são ruins para a sociedade.

— Esse ajuste virou miragem porque o governo, ao invés de reduzir gastos, melhorar a gestão, reduzir impostos e juros, faz o contrário. A sociedade esperava ouvir medidas concretas de eficiência, de combate à corrupção, de melhor gestão pública, enfim, de redução de gastos. O governo, no entanto, tenta aumentar impostos fazendo com que a sociedade pague o pato mais uma vez. E a sociedade não está a fim — declarou Skaf.

Na avaliação do presidente da Fiesp, os cortes significam apenas transferência de fonte de recursos.

— O que era do Tesouro passou para o Fundo de Garantia [Fundo de Garantia do Tempo de Serviço - FGTS]. O que era do Tesouro foi para as emendas parlamentares. Mais uma vez o governo não tomou as medidas que tinham que ser tomadas como a redução de gastos públicos. Na prática, o que houve foi uma reposição de fontes. A presidente da República foi eleita para governar. No orçamento de R$ 1,2 trilhão, você precisa arrumar R$ 30 bilhões e não consegue. Cabe ao governo encontrar esses recursos reduzindo as suas despesas — avaliou Skaf.

Segundo o presidente da Fiesp, Renan manifestou grande preocupação com o atual cenário econômico.

— Ele está muito consciente de que o momento não é de aumento de impostos. Estamos aqui para fazer de tudo para não permitir, em hipótese nenhuma, que seja aprovada a CPMF ou qualquer outro imposto ou taxa. A sociedade brasileira já paga muito imposto e não tem retorno na qualidade do serviço público — disse Skaf.

O presidente do Senado agradeceu a visita e disse que o debate com setores da sociedade é muito importante neste momento de crise.

Sistema S

O presidente da Fiesp também conversou com o presidente Renan Calheiros sobre a proposta do governo de reter até 30% do valor repassado ao Sistema S, que abrange serviços como Sesi, Senai e Senac. As entidades recebem recursos para promover a qualificação de trabalhadores da indústria e do comércio.

— Sesi e Senai significam educação de qualidade no Brasil. Quem forma mão de obra no Brasil é o Sesi e o Senai. Vai tirar dinheiro da educação de qualidade de forma inconstitucional. Ouvi dizer que era por MP [medida provisória]. MP não pode mudar coisas que estão na Constituição — afirmou Skaf.

Da Assessoria de Imprensa da Presidência do Senado

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)