CPI aprofunda investigações sobre Henry Hoyer e HSBC

Sergio Vieira | 16/04/2015, 11h43

Na reunião realizada na manhã desta quinta-feira (16) a CPI do HSBC aprovou, a pedido do relator Ricardo Ferraço (PMDB-ES), solicitação de informações para 126 pessoas listadas pelo Conselho de Controle das Atividades Financeiras (Coaf) como detentoras de contas na filial suíça daquele banco, e que estão sendo investigadas pelo suposto cometimento de fraudes fiscais.

— Nosso objetivo é separar o joio do trigo. Não é crime ter conta no exterior, só queremos saber se declararam à Receita, ao Banco Central, enfim, se cumpriram a lei — afirmou Ferraço.

A partir de agora, ainda segundo Ferraço, a CPI também passa a focar mais na ação do próprio banco.

Foi confirmada pelo presidente da CPI, senador Paulo Rocha (PT-PA), a realização de uma reunião reservada com o presidente desta instituição no Brasil, André Guilherme Brandão, na tarde da próxima quarta-feira (22).

— O HSBC já foi condenado pela Justiça americana em U$ 2 bilhões por ter facilitado a lavagem de dinheiro. Já tem processo na França. Na Bélgica já repatriaram dinheiro. Temos que saber se aqui também foram criadas condições para a evasão de recursos — disse Ferraço.

Relatórios sobre 50 nomes

A pedido do senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP), foi aprovada a elaboração e envio para a CPI de 50 Relatórios de Inteligência Fiscal (RIF), sob responsabilidade do Coaf, que depois serão analisados pelos senadores. Entre os nomes estão o do apresentador de TV Carlos Roberto Massa (o Ratinho) e os empresários Roberto Medina (dono da marca Rock in Rio) e Henry Hoyer.

Hoyer está sendo investigado como doleiro pela Operação Lava Jato, tendo sido apontado pelo delator Paulo Roberto Costa como sucessor de Alberto Youssef.

— Estas informações serão muito importantes não só para a CPI, como para outras investigações que envolvem a Lava-Jato. Saberemos como ele movimentou o dinheiro — disse Randolfe.

O depoimento de Hoyer para a CPI estava previsto para hoje, mas foi adiado justamente para que os senadores pudessem ter acesso a dados mais profundos. O mesmo se deu em relação ao ex-diretor do metrô de São Paulo, Paulo Celso Silva.

A CPI se reúne a partir das 12h30 com o ministro da Justiça, Jose Eduardo Cardozo, na sede do Ministério.

Também foi aprovada na reunião de hoje novas audiências, em datas a serem definidas, com o diretor-geral da Polícia Federal, Leandro Daiello e com o jornalista e ex-deputado suíço Jean Ziegler, autor do livro A Suíça lava mais branco.

Os senadores também decidiram realizar uma visita, a ser agendada, ao embaixador suíço no Brasil, André Regli.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)