Reeleito presidente, Renan promete apoiar reforma política e agenda econômica

Da Redação | 01/02/2015, 18h58

Pela quarta vez, o senador Renan Calheiros (PMDB-AL) é eleito presidente do Senado. Depois de um início de apuração que indicava disputa apertada, Renan acabou abrindo vantagem e, no fim, derrotou o colega de partido Luiz Henrique (PMDB-SC) por 49 votos a 31, com um voto nulo. A votação foi secreta.

As negociações para a eleição se deram até minutos antes do início da solenidade de posse dos novos senadores, marcada para as 15h deste domingo (1º). Com isso, houve atraso de cerca de uma hora.

Depois de eleito, em uma votação que contou com os 81 parlamentares da Casa, Renan agradeceu o que considerou uma “renovação da confiança” dos colegas em sua atuação à frente do Senado.

— A recondução à Presidência do Senado Federal me honra muitíssimo e me obriga a redobrar o trabalho, triplicar o ânimo e quadruplicar a vontade para corresponder ao crédito que me foi concedido pelos senadores e senadoras — declarou.

O presidente também prometeu levar adiante temas considerados fundamentais pela sociedade, como a reforma política e uma agenda econômica que “permita ao Brasil crescer sem abrir mão das conquistas obtidas até aqui”.

Como suas primeiras ações no novo mandato na Presidência do Senado, Renan anunciou uma reunião nesta segunda (2) com o novo presidente da Câmara dos Deputados, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), eleito poucas horas depois. A pauta será a pactuação de uma agenda comum às duas Casas, que acelere o processo legislativo e contribua para melhorar o ambiente de negócios no país. Renan também se comprometeu a pedir que a Câmara delibere sobre matérias aprovadas pelo Senado nos últimos anos que estão paradas naquela Casa.

Ele marcou para terça-feira (3) a eleição do restante dos integrantes da Mesa do Senado. Na segunda (2), está prevista a abertura dos trabalhos do Congresso Nacional, às 15h.

Agradecimentos

Renan também fez questão de agradecer ao PMDB, que sustentou sua candidatura, aos eleitores de Alagoas, a quem disse dever o mandato, e ao adversário, Luiz Henrique (PMDB-SC), a quem elogiou pela correção e espírito público.

— Serei presidente de todos os senadores. Desejo renovar meu firme compromisso pela autonomia e independência do Senado Federal, por sua modernização e transparência e pela coletivização das decisões dessa Presidência, que serão tomadas de forma coletiva e nunca serão monocráticas ou arbitrárias — garantiu.

A sessão preparatória que reconduziu Renan à Presidência ocorreu após a solenidade de posse dos 27 novos senadores, eleitos no último 5 de outubro. A sessão foi conduzida pelo vice-presidente, senador Jorge Viana (PT-AC) — regimentalmente, o próprio Renan poderia ter presidido a sessão, mas ele entendeu não ser adequado fazê-lo.

Apoiado por 15 dos 19 senadores da bancada peemedebista, Renan teve a candidatura apresentada pelo líder do partido no Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE). Seu adversário, também peemedebista, foi apresentado pela líder do PSB, senadora Lídice da Mata (BA). Luiz Henrique contou com apoio das bancadas do PSB, PDT, DEM, PSDB, PPS e PSOL.

Inversão da ordem

De acordo com o Regimento Interno do Senado, os senadores são chamados às urnas de votação na ordem de criação dos seus estados. Neste domingo, um pedido inusitado fez com que Tocantins, o estado mais novo do país e normalmente o último a ser chamado, passasse a ser o primeiro: o casamento da senadora Kátia Abreu (PMDB-TO), marcado para a noite.

Por conta da posse e da eleição do presidente da Casa, a senadora acabou deixando de lado o dia de noiva. Mas, por gentileza dos colegas, foi a primeira a votar para conseguir se maquiar e se vestir antes de seguir para a igreja.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)