Humberto Costa defende nomes cotados para ministérios

Guilherme Oliveira | 24/11/2014, 18h20

O líder do PT, senador Humberto Costa (PE), foi à tribuna nesta segunda-feira (24) para elogiar e defender os nomes que surgiram nos últimos dias como possíveis ministros para o segundo mandato da presidente Dilma Rousseff. O senador afirmou não ver contradições entre o perfil dos citados e as bandeiras de seu partido, e destacou que Dilma garantirá a unidade porque seguirá dando a última palavra em todas as áreas do governo.

- A presidente Dilma jamais abrirá mão de ser a condutora da política do governo. Qualquer que seja a história dos ministros que venham a ser indicados, ela tem um compromisso acima de tudo com as propostas que apresentou nesta campanha e com o projeto que teve início com o presidente Lula em 2002 – sublinhou Humberto.

Ele citou o nome do também senador Armando Monteiro (PTB-PE), cotado para o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, e da senadora Kátia Abreu (PMDB-TO), para o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento; do ex-secretário do Tesouro Nacional Joaquim Levy, para o Ministério da Fazenda, e do ex-secretário-executivo da Fazenda Nelson Barbosa, para o Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão.

- São quadros de extrema competência, de desenvoltura e larga intimidade com as pastas para as quais estão sendo considerados – afirmou o senador. Ele lembrou que Armando Monteiro foi presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI) durante oito anos e que Kátia Abreu está à frente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) há seis anos.

Humberto considera positiva a sintonia de Kátia Abreu com o agronegócio, mas observou que o governo não pode deixar de acenar para os movimentos sociais do campo e deve usar para isso outra pasta.

- Acreditamos que a presidente Dilma indicará para a o Ministério do Desenvolvimento Agrário alguém que tenha forte vinculação com os trabalhadores rurais, os movimentos de luta pela reforma agrária e os setores vinculados à agricultura familiar.

Equipe econômica

Entre os nomes aventados para a área econômica do governo, Humberto elogiou em Nelson Barbosa a "imensa bagagem" e o "excelente jogo de cintura político", e lembrou que o economista participou da criação do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Para o senador, Barbosa poderia contribuir para avançar a agenda social do governo e expandir programas sociais.

Em relação ao nome de Joaquim Levy, cujo perfil foi definido pela imprensa como oposto ao que o PT sustentou durante a campanha eleitoral, o senador garante não enxergar desacordos. Para ele, o que há são tentativas de "disseminar um ambiente de mal-estar" entre Levy e o governo. O senador deu a entender ainda que a confirmação do economista como ministro é apenas questão de tempo.

- Que não morram de véspera os pessimistas. Levy nem chegou ainda à Fazenda, e quando chegar será guardião do modelo de desenvolvimento para o Brasil que já mostrou que dá certo – assegurou.

Humberto salientou que, independentemente da composição da equipe econômica, a presidente Dilma Rousseff estará à frente das decisões, mas sem atar as mãos dos eventuais responsáveis pela condução das pastas.

- A presidente Dilma é absolutamente responsável com o projeto de governo que desenvolvemos para o Brasil e tem compromisso com a estabilidade econômica do país e o modelo de desenvolvimento inclusivo que colocamos em curso. Ela não vai tirar a autonomia de quem quer que seja que assuma qualquer cargo dentro dos ministérios.

Resposta à imprensa

Em seu pronunciamento, Humberto Costa também referiu-se à reportagem do jornal O Estado de S. Paulo que o acusa de ter recebido R$ 1 milhão do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa. Em nota divulgada neste domingo (23), o senador negou envolvimento no esquema de desvio de recursos na estatal, se dispôs a colaborar com os órgãos de investigação e ofereceu a abertura de seus sigilos bancário, fiscal e telefônico.

Ele também informou que encaminhou a nota ao Supremo Tribunal Federal, à Procuradoria Geral da República e à presidência das Comissões Parlamentares de Inquérito que investigam as denúncias de corrupção envolvendo a Petrobras.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

MAIS NOTÍCIAS SOBRE:
Petrobras Senador Humberto Costa