Senadores elogiam criação de banco e de fundo do Brics

Da Redação | 17/07/2014, 12h05

Em reunião da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional, nesta quinta-feira (17), o senador Ricardo Ferraço (PMDB-ES), que a preside, elogiou a criação do novo banco do Brics e do fundo para situações de crise financeira global. Para o senador, as duas iniciativas representam "a maior reforma do sistema de Bretton Woods", uma série de acordos econômicos firmados por 44 países aliados após a Segunda Guerra Mundial.

O Brics, sigla do bloco econômico formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, fez esta semana, em Fortaleza, a sua 6ª reunião de cúpula. Na reunião, a cúpula do bloco formalizou a criação do Novo Banco de Desenvolvimento (NDB), voltado ao financiamento de projetos de infraestrutura e desenvolvimento sustentável em economias emergentes. O capital inicial dos cinco países será de US$ 50 bilhões.

- O acesso facilitado aos recursos do banco pode estimular investimentos em estradas, portos, energia, entre outros setores – disse Ferraço.

Na reunião, foi criado ainda o Arranjo Contingente de Reservas do Brics (CRA, da sigla em inglês). Esse fundo tem como objetivo a estabilização monetária em situações de crises financeiras globais. O valor total do CRA será, inicialmente, de US$ 100 bilhões.

- A criação deste fundo de contingência para economias emergentes pode ajudar não apenas o Brasil, mas também nações parceiras com os quais o país mantém densas relações comerciais – afirmou o presidente da CRE.

Para Ferraço, a reunião do Brics merece ser louvada, pois mostra a busca do bloco por maior autonomia diante do modelo econômico global.

- A Cúpula de Fortaleza mostrou que o Brics, mais do que um modismo mercadológico e sem substância, terão potencial para tornar-se plataforma respeitável e influente para sinalizar a viabilidade de reformas ainda mais efetivas e profundas do atual sistema internacional – avaliou o senador.

Mas o presidente da CRE disse que o maior engajamento do Brasil no Brics não deve acontecer em detrimento de relações com outros países ou blocos, como Estados Unidos e União Europeia. Para Ferraço, a globalização  permite cultivar relações em rede. O senador fez votos para que haja uma aproximação entre o Brics e União das Nações Sul Americanas (Unasul), formada pelos 12 países da América do Sul.

A senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) disse que talvez a população brasileira ainda não tenha a real dimensão da 6ª Reunião de Cúpula do Brics.

- Creio que essa última reunião do Brics, em particular, é um marco na história das relações internacionais. Afinal de contas são alternativas que se criam no sentido da integração entre as nações, sobretudo das nações desenvolvidas – afirmou.

Na reunião, a CRE aprovou requerimento do senador Eduardo Suplicy (PT-SP) de voto de aplauso às autoridades dos cinco países que formam o Brics, por ocasião da cúpula realizada esta semana.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

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