Número de acidentes graves é baixo no Brasil, diz diretora da ANP

Anderson Vieira | 02/07/2014, 13h20

Ao dar explicações sobre procedimentos de segurança relativos às atividades marítimas de exploração de óleo e gás, a diretora-geral da Agência Nacional de Petróleo (ANP), Magda Chambriard, disse que o índice de acidentes graves no Brasil está abaixo da média mundial. A executiva foi ouvida nesta quarta-feira (2) pela CPI do Senado que investiga denúncias de irregularidades envolvendo a estatal.

- Em termos de acidentes graves, por milhão de horas trabalhadas, o Brasil está abaixo da média de países que levam segurança muito a sério, como Noruega, Austrália e Reino Unido - afirmou.

Segundo ela, o que existe em termos de gestão de segurança no Brasil é o que há de mais moderno no mundo.

- Nosso regulamento é rigoroso e moderno, mas todos os dias incorporamos aperfeiçoamentos. Onde mais aprendemos é com os acidentes - explicou Magda Chambriard, ressaltando que qualquer acidente que afete a vida, o patrimônio e o meio ambiente é intolerável.

De acordo com a diretora, desde 2010, a ANP já aplicou cerca de R$ 180 milhões em multas a empresas por problemas e falhas de segurança em plataformas. Desse valor, 77% foram pagos sem questionamento e com o desconto de 30% previsto em lei. O restante terminou em contestação na Justiça. Foram realizadas ainda 23 interdições como medidas cautelares.

Petrobras

Em relação à Petrobras, a diretora da ANP afirmou tratar-se de uma empresa de porte internacional, responsável por 90% da produção no país e "com uma política de segurança robusta". Sobre a denúncia de que a plataforma P-62, que teria sido lançada ao mar incompleta e com falhas na segurança, a representante do executivo informou que a ANP interditou a unidade por uma semana por problemas no sistema de ancoragem.

- A ancoragem provisória da plataforma tinha 15 linhas tensionadas em vez das 21 previstas no projeto. Além disso não havia análise de risco. Depois da correção, foi desinterditada. Em relação ao sistema elétrico, não houve desconformidade. Quando interditamos é porque há uma não conformidade crítica, ou seja, com risco iminente. Houve outros problemas menores que tem sido feitas sistematicamente pela Petrobras - explicou.

Ainda segundo a diretora, quando sai do estaleiro, a plataforma não precisa estar 100% pronta, já que o operador pode concluir obras de menor porte na locação. Porém, para isso, precisa submeter à ANP uma análise de risco do procedimento.

Eixos

A segurança nas plataformas é um dos quatro eixos de investigação de duas CPIs em funcionamento no Congresso. São apuradas também a compra da refinaria de Pasadena; acusações de superfaturamento na construção de refinarias; e denúncias de pagamento de propina a funcionários pela companhia holandesa SBM Offshore.

A reunião desta quarta foi novamente realizada só com a presença de senadores da base aliada. A CPI voltará a se reunir na próxima terça-feira (8) para ouvir o presidente do Sindicato dos Petroleiros do Norte Fluminense, José Maria Rangel.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

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