Simon: ausência dos partidos nas manifestações é sinal de repúdio à velha política

Da Redação | 20/06/2013, 18h45

O senador Pedro Simon (PMDB-RS) afirmou, nesta quinta-feira (20), que as manifestações que estão ocorrendo no país vieram para lutar contra um Brasil que "está doente e sofrido” há muito tempo. Para Simon, a constante formação de alianças partidárias em troca de favores, por parte do  governo, foi uma tragédia e acabaria trazendo o povo às ruas mais cedo ou mais tarde.

- Repeti aqui, muitas vezes, que a aliança de partidos, o troca-troca, eram a desgraça do governo e do povo; que as artimanhas de aliar os partidos em troca de ministérios, de favores, de emendas iam terminar mal, mas o que o governo fez foi isso – lamentou.

Simon criticou a atitude do presidente nacional do PT, deputado Rui Falcão, de convocar a militância do partido para participar da manifestação que estava marcada para esta quinta-feira (20), na Avenida Paulista, em São Paulo. O senador disse que não havia entendido o objetivo do presidente, já que o movimento não é contra o PT nem contra a presidente Dilma Rousseff, mas sim uma manifestação genérica.

- O que o PT e o seu presidente estão querendo? Vão fazer justiça? É hora de dizer a esses jovens: em primeiro lugar, sejam firmes; não aceitem a provocação do PT, se ela acontecer, lá na Avenida Paulista; deixe claro – como vocês estão deixando claro – que quem quebrou o antigo Congresso Nacional, Palácio Tiradentes, não foram vocês, foi outro tipo de gente; quem quebrou a porta e todos os vidros da Prefeitura do Rio de Janeiro não foram vocês – disse o parlamentar.

Simon chamou atenção para o fato de que os manifestantes gritam, entre outras coisas, pelo fim da corrupção infiltrada em todos os poderes, pelo fim da impunidade e dos gastos supérfluos e pelo surgimento de um projeto de desenvolvimento nacional que favoreça a todos. O senador ressaltou que o Parlamento não pode permanecer inerte frente às manifestações e defendeu o diálogo dos senadores e deputados com os jovens.

- O recado aos que se julgam donos do poder foi dado na proibição de bandeiras partidárias em todas as manifestações, na ausência dos líderes que se imaginavam perpétuos na condução dos movimentos populares. Há um grito novo parado no ar. Um grito contra a velha política. É aqui que o povo deposita a esperança de que é possível fazer uma nova política. As sementes de mudança que o povo exige nas ruas estão aqui – disse.

Em aparte, os senadores Paulo Paim (PT-RS), Pedro Taques (PDT-MT), Randolfe Rodrigues (PSOL-AP), Cristovam Buarque (PDT-DF), Eduardo Suplicy (PT-SP) e Waldemir Moka (PMDB-MS) parabenizaram Simon por seu pronunciamento e defenderam, entre outras coisas, a rejeição da PEC 37/2011, que retira os poderes de investigação do Ministério Público. Ela também pregaram a não violência e condenaram as depredações nas manifestações.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

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