Médico judeu conta a estudantes como sobreviveu ao Holocausto

Da Redação | 12/04/2013, 13h25

O médico cardiologista Samuel Rozenberg, que sobreviveu ao Holocausto, compartilhou sua história com estudantes do Distrito Federal nesta sexta-feira (12). Em palestra realizada no auditório Antonio Carlos Magalhães, no Interlegis, no Senado, ele relatou como escapou com vida do período de barbárie nazista. Seis milhões de judeus foram mortos pelo regime nazista, em grande parte em campos de concentração e extermínio.

O palestrante, que nasceu e viveu parte da adolescência na Bélgica, contou que sobreviveu graças à ajuda humanitária e ao heroísmo de cidadãos belgas que lutaram contra a ocupação alemã e os colaboradores do regime nazista. Depois de, entre cinco e oito anos de idade, sair em andanças ao lado de seus pais, como clandestinos, ele foi acolhido pelo casal Lea e Maurice Piérat, que o adotaram com o nome cristão “Paul Allain”.

- Ainda penso muito sobre tudo, mas encaro a vida de forma positiva e tenho fé na humanidade. Apesar de tudo, há muita gente boa – afirmou

Foi sua resposta a uma das muitas questões apresentadas pelos estudantes, mais de 100 alunos do 8º ano do ensino fundamental, de duas escolas: o Colégio Marista Champagnat, de Taguatinga (DF), e do Centro de Ensino Fundamental São Paulo, de São Sebastião (DF). O evento é parte das ações educativas, em parceria com o Museu do Holocausto, de Curitiba, para lembrar O Yom HaShoá ou "Dia da Lembrança do Holocausto", que ocorre em 8 de abril.

A data é celebrada oficialmente pelo Estado de Israel e pelas comunidades judaicas espalhadas pelo mundo, como uma lembrança e um tributo ao levante armado do “Gueto de Varsóvia”, de 1943. No dia 8, uma sessão solene em Plenário prestou homenagem às vítimas do nazismo. Também foi aberta uma exposição no Salão Negro do Congresso, com uma mostra especial do acervo do Museu do Holocausto. Intitulada “Tão somente crianças: infâncias roubadas no Holocausto”, essa exposição pode ser visitada até o dia 28 de abril.

Hoje com 78 anos, o palestrante desta sexta-feira contou que voltou a viver com os pais depois que a guerra acabou. Porém, perdeu a única irmã: ainda no início da ocupação, ela foi intimada a trabalhar para os invasores em localidade próxima e nunca mais voltou à casa. A família soube que ela foi deportada para um campo de concentração. Aos 15 anos, Samuel Rozenberg chegou ao Brasil, junto com os pais. Aqui estudou e se formou em Medicina.

Novas palestras

Ainda esse mês, outras duas palestras com sobreviventes do Holocausto serão realizadas no Interlegis: no dia 19, com Moisés Jakobson; e no dia 26, com George Legmann, que também vivem no Brasil, onde está radicada a 10ª maior comunidade judaica mundial. As visitas estão sendo organizadas pela Secretaria de Relações Públicas do Senado Federal responsáveis pelo programa de visitação institucional.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

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