Jorge Viana pede ação do Planalto na questão dos imigrantes haitianos

Ricardo Westin | 09/04/2013, 23h19

O governo deverá fazer nesta quarta-feira (10) uma reunião interministerial para decidir as medidas que tomará em relação à quantidade cada vez maior de imigrantes ilegais, principalmente do Haiti, nas cidades de Brasileia e Assis Brasil, no Acre. Os ministérios envolvidos são os da Justiça, das Relações Exteriores e da Casa Civil.

A informação foi dada pelo senador Jorge Viana (PT-AC) nesta terça, após reunir-se no Palácio do Planalto com a ministra-chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, para descrever-lhe a situação dos imigrantes. Ele, que visitou Brasileia no último domingo, levou fotos para descrever o quadro à ministra.

- A ministra se mostrou bastante preocupada com a questão - relatou o senador.

Também nesta terça, o governador do Acre, Tião Viana, irmão do senador, decretou situação de emergência nas duas cidades, pedindo a ajuda do governo federal.

De acordo com Jorge Viana, há 1.300 imigrantes ilegais em Brasileia, o que representa perto de 10% da população da cidade. Eles estão alojados de maneira precária e dispõem de pouca comida. O senador teme que haja episódios de violência tanto entre os imigrantes e os moradores quanto entre os próprios estrangeiros.

Tráfico de pessoas

Outra preocupação de Jorge Viana são as quadrilhas de tráfico internacional de pessoas, que estão incluindo o Acre nas rotas. Ele disse que o estado tem recebido imigrantes haitianos, dominicanos, nigerianos e senegaleses. O Acre faz fronteira com a Bolívia e com o Peru.

Segundo o senador, o governo federal tem ajudado o estado a lidar com o grande afluxo de imigrantes clandestinos, mas a situação agora exige ações mais contundentes.

- É fundamental a presença da Força Nacional e do Estado brasileiro no Acre, para que possamos pôr fim a algo que é gravíssimo. Deveriam estar no Acre funcionários do Comitê Nacional para os Refugiados e até da ONU - afirmou o senador, mais cedo, em discurso na tribuna do Senado.

Na segunda-feira, Jorge Viana já havia tratado do problema com os ministros Antonio Patriota, das Relações Exteriores, e José Eduardo Cardozo, da Justiça.

- Tomara que possamos pôr fim a essa situação, sem sacrifício desses pobres coitados que tentam melhor sorte em nosso país - disse.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

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