Alvaro Dias diz que fim da CPI do Cachoeira foi melancólico

Da Redação | 18/12/2012, 17h05

Em discurso nesta terça-feira (18), o senador Alvaro Dias (PSDB-PR) classificou de melancólico o fim da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito que investigou Carlinhos Cachoeira .

Segundo afirmou, o PSDB votou contra o relatório do deputado Odair Cunha (PT-MG) – que foi rejeitado por 18 votos a 16 – porque o considerou "injusto e insuficiente", com grande parte da sujeira mantida “embaixo do tapete”, e alterações de última hora sem explicações convincentes que livraram do pedido de indiciamento pessoas que deveriam ter sido incluídas. O parlamentar chegou a declarar que “blindaram corruptos do esquema” e que a CPI "choveu no molhado".

Alvaro Dias também rejeitou com indignação a acusação de que cabe ao PSDB a responsabilidade pelo fim insatisfatório da CPI: se o partido tinha quatro integrantes na comissão, uma minoria numericamente insignificante (dois deputados e dois senadores) não poderia ser capaz de promover qualquer alteração de rota, argumentou. Além disso, o parlamentar negou que o partido tenha pretendido selecionar alvos na CPI.

O voto em separado apresentado pelo PSDB será encaminhado ao Ministério Público, para que a investigação lá se aprofunde, afirmou. O senador lembrou que um grande número de empresas que podem ser consideradas de fachada por não ter folha salarial, comprovação de serviços prestados, realizações de obras, ou criadas apenas para ocultar valores, lavar dinheiro sujo e evadir divisas ainda precisam ser investigadas.

A própria CPI e relatórios preparados pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) identificaram movimentação financeira atípica em 62 empresas, que movimentaram R$ 908 milhões. O correto teria sido quebrar o sigilo de todas para verificar a origem dos recursos e saber o passeio do dinheiro desde a origem até a destinação, mas isso só foi feito com uma ínfima parte dessas empresas, afirmou Alvaro Dias.

Segundo ele, todas essas informações estão no voto em separado redigido pelo PSDB, que será protocolado na Procuradoria Geral da República como contribuição do partido para investigar esse escândalo de corrupção que causa revolta à sociedade.

- Temos crença no Ministério Público, pois o Congresso Nacional abdicou de sua responsabilidade – declarou.

Quanto aos governadores cujos nomes foram mencionados durante o funcionamento da CPI - incluindo Marconi Perillo (PSDB), de Goiás -, Alvaro Dias salientou que o Superior Tribunal de Justiça autorizou a abertura de inquéritos para investigar as denúncias.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

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