Alvaro Dias defende prorrogação da CPI do Cachoeira por 180 dias

Da Redação | 30/10/2012, 16h25

O senador Alvaro Dias (PSDB-PR) defendeu em Plenário nesta terça-feira (30) a prorrogação da CPI mista do Cachoeira por mais 180 dias, prazo máximo previsto em lei, e não por 45 dias, como proposto por alguns parlamentares. A prorrogação dos trabalhos, previstos para terminarem no próximo domingo (4), foi tomada em reunião realizada no último dia 16. O período de prorrogação será definido ainda nesta terça em reunião dos líderes partidários da Câmara dos Deputados e do Senado Federal.

Para Alvaro Dias, a prorrogação dos trabalhos por mais seis meses seria fundamental para que os parlamentares consigam a quebra de sigilo bancário de empresas ligadas às denúncias investigadas pela CPI. O senador informou que relatório recente do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), vinculado ao Ministério da Fazenda, identificou movimentação financeira atípica na relação de dezenas de empresas, principalmente a Delta Construções, que de acordo com o senador, seria “matriz de um grande escândalo de corrupção ainda não investigado convenientemente”.

- Nós vamos defender a prorrogação que o regimento nos permite, de 180 dias, para que possamos oferecer ao país a exata fotografia desse escândalo de corrupção denunciado nacionalmente, mas que ainda não teve a abordagem necessária, sobretudo na região Sudeste do país, uma vez que os esforços iniciais da investigação concentraram-se basicamente no estado de Goiás – afirmou o senador.

Alvaro Dias lembrou exemplos de comissões parlamentares de inquérito que obtiveram bons resultados, como a CPI do Poder Judiciário, de 1999. A CPI resultou na cassação do então senador Luiz Estêvão (DF) e na devolução, por ele, de R$ 468 milhões desviados dos cofres públicos. Caso mais atual, ressaltou Alvaro Dias, foi a denúncia da Procuradoria Geral da República e o julgamento do Supremo Tribunal Federal contra os responsáveis pela idealização e operacionalização do mensalão, alvo de investigações pela CPI dos Correios, de 2005.

Em aparte, o senador Pedro Taques (PDT-MT) concordou com a proposta de prorrogação de 180 dias para a CPI do Cachoeira. Em seu entendimento, se os trabalhos da CPI do Cachoeira forem prorrogados por apenas mais 45 dias será como “jogar o lixo que está podre para baixo do tapete”.

Aerus

Alvaro Dias também registrou sua solidariedade aos aposentados e pensionistas do Instituto Aerus de Seguridade Social, que lutam na Justiça para receber da União cerca de R$ 23 milhões por mês pelo benefício da aposentadoria. O Aerus era um fundo de pensão dos funcionários de companhias aéreas que reunia aproximadamente dez mil pessoas e faliu, deixando aposentados e pensionistas sem o benefício.

Nos últimos dias, o governo federal ganhou um recurso da decisão judicial de pagar os valores aos aposentados do Aerus sob alegação de que a determinação significaria sério ônus ao governo.

- Este assunto tem sido repetido cansativamente, estamos o abordando há vários anos da tribuna do Senado, e agora estamos registrando mais este fato. E denunciando a insensibilidade do governo – afirmou.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

MAIS NOTÍCIAS SOBRE: