Votação da MP do Código Florestal foi acordo possível, diz Jorge Viana

Da Redação | 30/08/2012, 13h25

A proposta que alterou a MP do Código Florestal, aprovada na quarta-feira (29) na comissão mista que fez a análise prévia da matéria, é razoável e representou o acordo possível. A avaliação é do senador Jorge Viana (PT-AC), que, em discurso da tribuna, relatou as dificuldades enfrentadas para a construção do entendimento.

– Foram meses de muito trabalho e, ontem, fizemos o possível. Conseguimos algo que se apresentava como impossível – disse, ao frisar que o novo Código Florestal (Lei 12.651/2012) responde às expectativas do país por uma lei que promova segurança jurídica para a produção agrícola e que proteja as florestas.

De acordo com o parlamentar, a principal conquista da votação na comissão mista foi manter as regras permanentes, consideradas a espinha dorsal da legislação florestal.

No início de agosto, foi aprovada na comissão emenda da bancada ruralista retirando a proteção aos rios temporários, medida classificada por Jorge Viana como “uma tragédia para a legislação ambiental”. Grande parte do esforço para o acordo firmado ontem, disse, foi reverter essa decisão e manter as margens de rios perenes e intermitentes como áreas de preservação permanente.

Conforme observou, o resultado é positivo, tendo-se em conta o fato de “a causa ambiental não ter voto na Câmara e no Senado”.

– Lamento que o meio ambiente ainda não garanta uma bancada expressiva que nos ajude a melhor negociar – disse, ao lamentar também a pouca mobilização da sociedade organizada.

Para ele, as mudanças promovidas na comissão também fortalecem os Programas de Regularização Ambiental (PRA) e ampliam o poder e a responsabilidade das entidades que atuam nos estados e nos municípios.

Ligado a organizações ambientalistas, Jorge Viana observou que o momento atual requer diálogo para o avanço da legislação.

– Temos que rever nossa maneira de atuar. O tempo de [ganhar] no grito ou na cobrança passou, não importa se defendemos a melhor causa. O debate e o convencimento tem que acontecer – disse.

Em aparte, o senador Luiz Henrique da Silveira (PMDB-SC) também destacou as dificuldades para a construção do entendimento e lembrou que, além da volta da proteção aos rios temporários, o texto também avançou na proteção das nascentes e em ganhos para o pequeno produtor.

– Não é o texto ideal, todos nós fizemos concessões, mas o resultado, eu posso garantir, é uma das leis mais avançadas em termos ambientais do mundo.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

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