Sarney e Jacques Wagner esperam solução para viabilizar memorial na casa de Jorge Amado

gorette-brandao | 06/08/2012, 19h00

A sessão solene do Congresso que celebrou o centenário de nascimento de Jorge Amado, nesta segunda-feira (6), foi marcada também por manifestações sobre a criação da Casa do Rio Vermelho, um memorial para guardar os objetos dos escritores Jorge Amado e Zélia Gattai, na residência que construíram e em que viveram até o fim da vida. A ideia é tombar o imóvel e transformar o lugar num centro de visitação pública, como os que existem no Chile, nas antigas casas de Pablo Neruda.

Ao levantar o assunto, o presidente do Senado, José Sarney, fez menção à atriz Sônia Braga, que se eternizou no papel da personagem Gabriela na primeira adaptação do romance de mesmo nome para a televisão.

Numa “dedicação comovente” a Zélia e Jorge, lembrou Sarney, a atriz teria perguntado por meio de rede social se o Senado realizaria o desejo de Zélia, de que a casa no bairro do Rio Vermelho se transformasse num centro de peregrinação para as multidões de fãs do escritor, “parte obrigatória do roteiro dos que visitam Salvador”.

– Infelizmente isto está fora do alcance do Senado, mas estou certo de que o governador Jacques Wagner, homem de grande sensibilidade, fará o possível para concretizar este sonho – disse Sarney.

Presente à solenidade, o governador baiano disse que o momento é de buscar um “consenso” que resulte na implantação do memorial. Ele esclareceu que o projeto de tombamento foi indeferido pelo Conselho de Cultura do Estado no governo passado. Agora, conforme disse, o Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural do Estado foi mobilizado para atuar no acompanhamento da proposta, o que poderá favorecer o desenlace da questão.

– O órgão é mais conciliador, o que pode favorecer um consenso na direção do que colocou Sônia Braga, para que a Casa do Rio Vermelho possa se transformar num recanto de visitação para tantos pelo mundo e todos nós que amamos Jorge Amado – disse o governador.

A questão do memorial se arrasta desde 2008, ano da morte de Zélia Gattai. Em 2005, a própria escritora encaminhou um pedido de tombamento da casa, indeferido pelo Conselho de Cultura, na gestão anterior. Já no governo Jaques Wagner, mesmo com a Secretaria de Cultura dizendo ter interesse no projeto, os entendimentos sobre o formato do memorial não evoluíram.

Diante de problemas de conservação do imóvel e preocupação com a segurança do acervo, que inclui obras de arte, a família transferiu grande parte dos objetos para outros locais.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

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