Pedron Simon: ‘Adiamento de convocação de Pagot e Cavendish é um dos piores momentos do PT’

Da Redação | 14/06/2012, 18h30

O senador Pedro Simon (PMDB-RS) criticou duramente, nesta quinta-feira (14), em Plenário, o adiamento da convocação, pela CPI do Cachoeira, do empreiteiro Fernando Cavendish, ex-dono da construtora Delta, e de Luiz Antônio Pagot, ex-presidente do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit). Em reunião administrativa, mais cedo, a comissão parlamentar de inquérito (CPI) que investiga as relações criminosas de Carlinhos Cachoeira rejeitou requerimentos pela convocação de Cavendish e Pagot.

Comentando a decisão da CPI, Simon considerou-a como “um dos piores momentos na história do Partido dos Trabalhadores”, já que a bancada do PT votou contra os depoimentos de Cavendish e Pagot. Simon lembrou que Pagot deu entrevista colocando-se à disposição para prestar depoimento, e que Cavendish declarou que por R$ 6 milhões comprava qualquer senador. A Delta – que detinha contratos da ordem de R$ 1,4 bilhão no âmbito do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) – foi apontada pela Polícia Federal como envolvida com o grupo de Cachoeira, tendo chegado a repassar recursos a empresas fantasmas ligadas a ele.

- Nós estamos vivendo nesta comissão, um momento muito ruim na vida do PT. Talvez o PT marque essa data na sua história. Foi naquele dia 14 de junho, na reunião da CPI que o PT realmente mudou, assumindo posição que ele nunca tomaria. Um partido como o PT, com a história, com a biografia do PT, votar contra a vinda do Sr. Pagot e do Sr. Cavendish? — questionou.

Audiência com Pagot

Considerando a hipótese de a CPI realmente manter a sua decisão de adiar o depoimento de Pagot, Simon alertou os parlamentares governistas, membros do colegiado, sobre a possibilidade de um grupo de senadores e deputados convocá-lo para falar no Congresso, independentemente da anuência da CPI.

- Caso ele [o Sr. Pagot] aceite vir falar, o deputado Miro Teixeira [PDT-RJ] e um grupo muito grande de parlamentares estão dispostos a fazer uma reunião especialmente para ouví-lo. E todos vão concordar comigo que se essa reunião for mesmo realizada por membros [da oposição] da comissão e mais uma infinidade de parlamentares extracomissão, vai ter uma repercussão muito mais pesada e muito mais dura do que um depoimento normal — disse.

Ladrão de galinhas

Durante seu pronunciamento, ao saudar um grupo de estudantes de Relações Internacionais em visita ao Plenário, o senador gaúcho lamentou o fato de o Brasil estar no “topo do ranking da corrupção não punida”. Segundo ele, o mal do Brasil não é ter mais corrupção do que os outros países, mas sim o elevado grau de impunidade que existe no país.

- É que em qualquer outro país do mundo civilizado, quem comete uma bandalheira é processado e vai para a cadeia, seja rico, seja pobre. Aqui pobre e ladrão de galinha não precisa nem de Justiça, vai para a cadeia direto. Agora já quem tem dinheiro para pagar um bom advogado, ganha todas — reclamou.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

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