Texto do Código Florestal desagrada a muitos setores, diz Paulo Davim

Da Redação | 06/12/2011, 16h18


Em pronunciamento nesta terça-feira (6), o senador Paulo Davim (PV-RN) defendeu a atualização do Código Florestal em vigor, que data de 1965, mas ressaltou que o texto em análise no Senado (PLC 30/2011) não agrada a importantes setores da sociedade.

Paulo Davim disse que sugestões apresentadas por instituições cientificas precisam ser incorporadas à matéria, tendo em vista que 38 bacias hidrográficas apresentam hoje menos de 20 % de sua vegetação nativa.

Segundo o senador, o Brasil sempre esteve na vanguarda da legislação ambiental e ainda há grande expectativa de que se possa melhorar o texto a ser apreciado em Plenário ainda nesta tarde.

- Trago algumas emendas, oportunamente farei a leitura e defesa, espero que sejam discutidas em Plenário. Ressalto a questão da bacia hidrográfica - adiantou.

Esforço

Apesar do trabalho e dedicação dos relatores nas diversas comissões em que tramitou no Senado, disse Paulo Davim, o texto não agrada aos que pensam, aos que estudam e aos que se preocupam com o meio ambiente.

Ele afirmou que instituições como a Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), a Academia de Ciências do Brasil e a Agência Nacional de Águas (ANA) levantaram "preocupações plausíveis".

Paulo Davim ressaltou que os ambientalistas não são contra o aumento da produção no campo.

- Precisamos exorcizar esses fantasmas e chegar a um consenso, incorporar algumas sugestões científicas, de pessoas que lidam no dia a dia no campo - afirmou.

Ele disse que também precisam ser absorvidas as experiências conduzidas pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), que desenvolveu estudos que permitem e permitirão o aumento do agronegócio sem prejudicar o meio ambiente e diminuir as áreas de preservação.

Na década de 1960, de acordo com o senador, produzia-se em torno de 700 quilos de grão por hectare. Hoje são quase 4 mil quilos de grãos no mesmo hectare.

Na avaliação de Paulo Davim, há como otimizar a produção do agronegócio e sua importância para o Produto Interno Bruto, mas não se pode fazer a discussão sem que se enxergue o outro lado da moeda.

- Não pode ser um debate míope, movido por interesses que não sejam soberanos da sociedade. Não pode haver debate maniqueísta, onde se esqueça a importância do meio ambiente, não só para os brasileiros, mas para toda a humanidade - afirmou.

'Prateleira de opções'

Ao ressaltar a importância da conservação ambiental, Paulo Davim comparou a biodiversidade a uma "prateleira de opções cientificas" de onde se poderão extrair no futuro os antídotos e medicamentos para muitos males que comprometem e comprometerão a humanidade.

- A gente precisa tratar com carinho a biodiversidade, pois será nessa prateleira que iremos atrás das soluções de nossos problemas - afirmou.

A restrição do espaço da biodiversidade e a falta de preocupação com o desenvolvimento sustentável vão comprometer o futuro da própria humanidade, concluiu Paulo Davim.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

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