Jorge Viana diz que o combate à corrupção deve ser feito sem abusos

Da Redação | 15/08/2011, 16h15


O senador Jorge Viana (PT-AC) manifestou, nesta segunda-feira (15), o seu apoio às medidas de combate à corrupção, observando que isso não pode ser feito cometendo-se abusos. Embora tenha admitido não ter certeza de que a Polícia Federal (PF) tenha cometido abusos ao prender 38 pessoas, para quatro dias depois elas serem soltas, disse que PF, Ministério Público Federal (MPF) e Procuradoria Geral da República (PGR) devem ser subordinados ao que chamou "aparato jurídico".

A Operação Voucher da Polícia Federal foi desencadeada na terça-feira passada (9) com o objetivo de dissolver um suposto esquema de desvio de recursos públicos no Ministério do Turismo. A Justiça expediu mandados de prisão de 38 pessoas em Brasília, São Paulo, Macapá e Curitiba. Levantamento do Tribunal de Contas da União identificou irregularidades em convênio do ministério com o Instituto Brasileiro de Desenvolvimento de Infraestrutura Sustentável (Ibrasi), organização sem fins lucrativos, cuja finalidade era qualificar 1,9 mil profissionais de turismo no Amapá.

- Que ninguém cometa, se é que foi cometido, abuso. É preferível sofrer injustiça do que cometer uma injustiça. Essa mistura é muito perigosa. A Polícia Federal, o Ministério Público Federal são instrumentos poderosos, mas têm que estar subordinados a um aparato jurídico que a Câmara e o Senado têm condições de implementar - disse.

Jorge Viana lembrou que o ex-presidente da República Juscelino Kubitsheck, por exemplo, foi vítima de injustiça quando, durante seu mandato, foi acusado de corrupção. Somente após a sua morte, disse, o ex-presidente foi isentado da pecha de corrupto.

"Herança maldita"

Jorge Viana disse ainda, que a agenda do Senado não deve ser elaborada com base no que publica a mídia, tornando-se a instituição refém dos veículos de comunicação.

O senador também rechaçou as opiniões de parlamentares que acusaram o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva de ter legado à presidente Dilma Rousseff "uma herança maldita". Rebateu essas acusações dizendo que a forma como o Brasil é visto hoje no cenário internacional, como uma nação que está lidando bem com a crise e que vem promovendo desenvolvimento econômico com inclusão social foi possível graças à política implementada por Lula.

Jorge Viana encerrou seu discurso comemorando a implantação de um conjunto materno- infantil, com a primeira unidade do Programa Rede Cegonha, de assistência à gestante e ao bebê, em seu primeiro ano de vida, no Acre. Saudou ainda a inauguração da ponte sobre o Rio Juruá no município de Cruzeiro do Sul pelo ministro dos Transportes, Paulo Sérgio Passos, também no Acre.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

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