Senado teve papel fundamental na construção do Brasil, diz Sarney

Da Redação | 05/05/2011, 18h23


"Todos nós, somados, somos menores que a instituição Senado". A afirmação foi feita nesta quinta-feira pelo presidente do Senado, José Sarney, em discurso na sessão especial pelos 185 anos da instituição, cuja atuação ele classificou como fundamental para a construção do Brasil e a manutenção de sua integridade territorial ao longos desses anos.

Em seu discurso, Sarney fez um resumo do processo histórico que resultou na criação do Senado e disse que desde 1826, ano de sua criação, o Senado funciona "ora com muitas dificuldades", sendo "fechado no Império, fechado algumas vezes durante a República", mas sempre mantendo a importância de sua atuação histórica.

Como prova do prestigio histórico do Senado, Sarney lembrou que, dos 34 governos havidos no Império, 23 foram presididos por senadores e que, hoje, a instituição reúne três ex presidentes da República, mais de 20 ex-governadores e ex-ministros de Estado.

Para Sarney, há uma campanha que se faz contra o Senado com intuito de fragilizar uma instituição que sempre foi forte e que continua forte na defesa dos interesses nacionais.

- Somos passageiros, mas a instituição continua a ser parte do Brasil e atualiza-se a cada dia - disse Sarney.

O senador destacou ainda o processo de modernização da Casa e o aprimoramento dos seus canais de comunicação com a sociedade, como a TV Senado e a Agência de Notícias do Senado.

- O Senado é velho, mas é muito novo e tenta se renovar na internet, com a criação de call center. A cada dia procuramos modernizar a Casa para andar com o seu tempo - afirmou.

Sarney disse ainda que todos os brasileiros deveriam ter profunda admiração pelo Senado, destacando momentos históricos em que a instituição mostrou a sua atuação decisiva.

- Quando se fala na Lei Áurea, foi no Senado ela teve sua solução final, e a uma hora da tarde era votada e chamada a princesa Isabel para assiná-la. Aqui discutimos erros e acertos da Guerra do Paraguai. Discutimos também a criação da política exterior brasileira - afirmou.

Ao reiterar que o Brasil deve ao Senado a sua unidade nacional, Sarney parafraseou o historiador Capistrano de Abreu e disse que a instituição é a "Casa da duração" porque há nela um "sinal de perpetuidade que vem do tempo do velho Senado, em que o Brasil tinha noção de permanência que não era uma coisa transitória".

Sarney ressaltou ainda que quando veio a República e foi criado o Senado, sua nova imagem era a do Senado americano, que nasceu como um organismo que manteveos estados reunidos em Federação.

- Hoje, que o Brasil cresceu, só temos o Senado como expressão da unidade nacional, porque aqui é que somos iguais, com três representantes por estado. O Centro Sul tem a hegemonia política, econômica, de recursos humanos, mas no país só tem um ponto de coesão, que é o Senado - afirmou.

Sarney frisou que a função da unidade nacional é a única que resta hoje ao Senado, porque "no resto o país é absolutamente dividido e polarizado em alguns estados mais ricos, em que predomina o desenvolvimento"

- Mas no Senado predomina a unidade nacional. Por isso a Constituição diz que duas coisas são imutáveis: a Federação e a República. É nesse sentido que quero saudar os 185 anos do Senado, tendo a felicidade de ser seu presidente - concluiu.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

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