José Sarney promete se empenhar na aprovação da reforma política

Da Redação | 03/02/2011, 13h39

O senador José Sarney (PMDB-AP) deve dedicar seu quarto mandato como presidente do Senado - talvez o último, conforme admitiu - à aprovação das leis que a sociedade brasileira vem reclamando, mas que estão sendo proteladas no Congresso. E, nesse conjunto de demandas legislativas, deve despontar a reforma política, segundo reiterou em entrevista ao programa Espaço Aberto, da Globo News.

- Temos um regime político e eleitoral dos mais anacrônicos do mundo. Basta dizer que o voto uninominal proporcional (voto no candidato, e não no partido) só existe no Brasil, o que prejudica a representatividade, evita o aprofundamento da democracia e, ao mesmo tempo, cria uma desintegração política muito grande. Os adversários passam a ser dos próprios partidos e a atividade política se restringe a uma luta pessoal que remanesce das questões eleitorais - considerou.

A prioridade dada por José Sarney à reforma política tem o respaldo do presidente da Câmara, deputado federal Marco Maia (PT-RS). Também entrevistado pelo programa, Maia vê um clima favorável, neste momento, à realização desse debate no Congresso. E reforçou as críticas ao voto uninominal, que, na sua opinião, incentiva uma relação clientelística entre eleitor e eleito.

- É muito difícil os partidos se manterem estruturados e organizados num regime onde o voto é nominal e o indivíduo vale mais do que o partido - avaliou o deputado.

Tributária

Apesar de reconhecer que a carga fiscal brasileira é muito pesada, José Sarney acredita ser mais difícil chegar a um consenso para aprovação da reforma tributária. A realização de um acordo seria dificultada, conforme ponderou, pelo fato de o tema envolver diversidades regionais e interesses distintos entre os entes da Federação. No seu ponto de vista, um dos maiores desafios da área tributária é aliviar os encargos sobre a folha de pagamento, apontado como desestímulo à geração de empregos.

Ele disse que, superadas as discussões sem importância que marcaram a legislatura passada, pretende dedicar seu atual mandato ao cumprimento da missão institucional original do Poder Legislativo: fiscalizar, acompanhar e participar da formulação de políticas públicas.

- Vou fazer tudo o que eu puder para sair deixando a marca dessas reformas que o Brasil merece ter - prometeu.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

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