Flexa diz que PSDB não vai abrir mão da presidência da CI

Da Redação | 03/02/2011, 17h34


Apoiado no critério da proporcionalidade partidária, o PSDB não vai abrir mão do direito de indicar um nome do partido para a presidência da Comissão de Serviços de Infra-Estrutura (CI).É o que afirma o senador Flexa Ribeiro (PSDB-PA), um dos autores do pedido de adiamento da reunião preparatória para a escolha dos suplentes da Mesa da Casa, na noite de quarta-feira (2). A ideia era ganhar tempo para que fosse também negociada a composição das mesas das comissões.

A reunião foi reaberta às 14h30, nesta quinta-feira (3), quando os senadores aprovaram as indicações feitas pelos partidos no dia anterior. Segundo Flexa, o adiamento decidido na véspera acabou sendo inútil, pois as negociações sobre as comissões não avançaram nada nesta quinta.

Desde o início, conforme Flexa Ribeiro, o PSDB deixou claro que pretendia ficar com o comando da CI caso não houvesse acordo para uma composição diferente. Ele lembrou que a proporcionalidade é regimental e assegura ao partido a terceira escolha de comissão, após o PMDB - que ficou com a Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) - e o PT - que pediu a Comissão de Assuntos Econômicos (CAE).

O senador pelo Pará disse que foram os demais líderes que procuraram o PSDB para tratar da cessão da CI, reivindicada pelo senador Lindberg Farias (PT-RJ). A contrapartida pedida pelos tucanos teria sido mais um espaço na Mesa e o comando de uma segunda comissão, uma delas a de Educação, Cultura e Esporte (CE). O PT ou outro partido do bloco do governo teriam de abrir mão de uma de suas comissões para o acordo avançar.

- O problema é que todos querem a Comissão de Infraestrutura. Nós também queremos, mas a diferença é que temos esse direito - afirmou Flexa Ribeiro.

Na avaliação do senador, não há tempo para negociações nesta semana, pois muitos senadores já retornaram a seus estados. O próprio líder do PSDB, Alvaro Dias (PSDB-PR), já deixou Brasília, segundo sua assessoria. Sem o aval da bancada, afirmou o senador do Pará, seria impossível decidir por qualquer nova proposta.

Para Flexa Ribeiro, o líder do PT, Humberto Costa (PT-PE), se mostrou pouco flexível para atender as condições do PSDB. Segundo ele, seu partido poderá até recorrer à Justiça caso a regra da proporcionalidade seja desrespeitada nas comissões, com decisão na base do voto, hipótese que estaria circulando na Casa.

- Espero que os governistas tenham bom senso para não que não iniciemos a legislatura por esse caminho tortuoso - disse Flexa.

Estaca zero

Na quarta-feira, Humberto Costa falou em tom pessimista sobre o andamento das negociações. Segundo ele, a disputa entre os partidos pelas comissões teria "voltado à estaca zero". Outra controvérsia girava em torno do comando da Comissão de Agricultura e Reforma Agrária (CRA), que deveria ser cedida ao DEM, mas era também disputada pelo PDT. Para o senador Eunício de Oliveira (PMDB-CE), um dos articuladores pelo PMDB, o líder aliado foi apenas intenso no tom.

- Sinceramente, acho que tem um pouco de força de expressão porque esta é a Casa do diálogo - disse, acreditando que os partidos se entenderão.

De acordo com Eunício, o PMDB defendeu a proporcionalidade partidária para a composição da Mesa, por isso ele entende que essa deve ser também a regra para as mesas das comissões. Quanto aos senadores que integrarão cada uma das comissões, que devem começar a ser indicados a partir de agora pelos líderes, ele disse que a posição é de respeito à tradição baseada na proporcionalidade dos blocos partidários formados na Casa.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

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