Valdir Raupp defende construção de gasoduto Urucu-Porto Velho

Da Redação | 27/11/2008, 19h36

Mesmo com a construção das usinas hidrelétricas de Jirau e Santo Antônio, no Rio Madeira, em Rondônia, a construção do gasoduto Urucu-Porto Velho ainda se faz necessária. Foi o que reiterou o senador Valdir Raupp (PMDB-RO), em discurso nesta quinta-feira (27).

O parlamentar apontou razões de cunho econômico e ambiental para justificar o empreendimento - e a economia na geração de energia elétrica seria a primeira delas. Segundo o senador, dados de junho de 2008 fornecidos pela Eletrobrás indicam que o custo do megawatt/hora gerado a diesel importado pela Termonorte, concessionária de energia elétrica de Porto Velho, custava em torno de R$ 500 ao câmbio da época, e hoje, com a elevação do dólar, está ainda mais caro.

Com o gás natural extraído de Urucu, o custo do MW/h ficaria estimado em R$ 150, "menos de um terço do gasto na operação a diesel" e a concessão da sub-rogação à Conta de Consumo de Combustíveis Fósseis dos Sistemas Isolados (CCC), acrescentou o senador, diminuiria ainda mais o custo, que chegaria a R$ 100. A economia seria de R$ 728 milhões por ano, afirmou.

Valdir Raupp acrescentou que, com a viabilização do gasoduto, haveria a troca do uso do diesel importado, mais caro, pelo gás natural, combustível mais barato e menos poluente - a segunda alternativa mais barata disponível depois da energia de fontes hidroelétricas. Hoje, o gás encontrado durante a extração de petróleo nos poços de Urucu é reinjetado, por falta de uso. Mais de 8 milhões de metros cúbicos de gás são devolvidos ao subsolo por dia, informou.

Do ponto de vista ambiental, significaria a redução de emissões de, no mínimo, 83 mil toneladas de CO2 por ano, já que a queima de gás natural é mais limpa que a de todos os outros combustíveis fósseis. Também se eliminaria o risco de acidente no transporte de óleo diesel entre Manaus e Porto Velho feito em barcaças e haveria redução do desmatamento, tendo em vista que o gás natural substituirá a lenha hoje utilizada na indústria cerâmica e de panificação da região

Outro argumento para a construção do gasoduto é a possibilidade de abastecimento da Termonorte com o gás de Urucu para geração de energia. As linhas de transmissão que serão construídas para conectar as usinas do Rio Madeira ao Sistema Interligado Nacional terão ociosidade de 40% durante o ano no período da seca, e este seria o "momento oportuno para se jogar no sistema interligado energia gerada a gás pela Termonorte, que tem cerca de 500 megawatts de potência servindo a todo o país", e não apenas ao estado.

O senador também afirmou que a justificativa apresentada pelo governo para não construir o gasoduto - de que ao interligar o sistema Mato Grosso/Rondônia não seria mais preciso construí-lo, já que a térmica pode parar - "não é verdadeiro". Assinalou que a construção aquecerá a economia local, com a possibilidade de instalação de fábrica de cimento e cerâmica, de fábricas de beneficiamento de soja e de algodão, além da viabilização de um pólo gás-químico com a implantação de fábricas de polímeros, tintas e fertilizantes e de um novo porto em Rondônia.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

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