"Somente 0,03% de superdotados são identificados", diz coordenadora do Núcleo de Atividades de Altas Habilidades do DF

Da Redação | 24/06/2008, 13h51

Cerca de 15 a 20% da população apresenta traços de altas habilidades e/ou superdotação em alguma área de atividade, mas apenas 0,03% são identificados. Esses dados foram apresentados pela coordenadora do Núcleo de Atividades de Altas Habilidades do Distrito Federal, Olzani Leite Costa Ribeiro, para quem são muitos os problemas e desafios que precisam ser ultrapassados para um atendimento adequado ao superdotado brasileiro.

- A falta de reconhecimento e desenvolvimento das capacidades e das potencialidades de uma criança poderão concorrer para o desuso dessas habilidades e sua conseqüente estagnação - alertou Olzani Ribeiro.

Para ela, ainda, essa situação pode gerar um indivíduo com comportamento social inadequado, hostilidade, agressão e até atos de delinqüência social.

O alerta da especialista do Núcleo de Atividades de Altas Habilidades foi feito nesta terça-feira (24), em audiência pública da Comissão de Educação, Cultura e Esporte (CE) realizada para debater os problemas enfrentados na educação de alunos superdotados, tanto por professores quanto pelos próprios estudantes com altas habilidades.

Em sua exposição, ela apontou como principais problemas a falta de infra-estrutura, recursos e formação específica de uma equipe de atendimento na área de altas habilidades com níveis crescentes de graduação. Ela ainda criticou a carência de parcerias produtivas para desenvolver projetos na área, pois, segundo explicou, falta aos gestores brasileiros uma visão mais ampla da necessidade de estimular os talentos desses alunos.

- Grandes gênios e visionários deram contribuições positivas à Humanidade, elevando o conhecimento humano, as ciências, a tecnologia, a cultura e as artes a patamares inusitados - ressaltou.

Desafios

Olzani Ribeiro apontou também os inúmeros desafios enfrentados na educação dos superdotados. Entre os principais, destacou a necessidade de elevação do nível da educação e das oportunidades oferecidas aos jovens talentosos no Brasil. Para ela, também é preciso uma flexibilização curricular que permita às crianças talentosas aprenderem apenas o básico das disciplinas tradicionais para terem mais tempo livre para estudo e refinamento de seu talento.

A coordenadora destacou ainda que a audiência pública da CE é um marco, pois pouco se discute, hoje, no Brasil, a questão dos superdotados.

- Essa audiência tem uma responsabilidade muito grande como marco, pois tem que informar o que pretendemos oferecer hoje para essas crianças - concluiu.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

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