Contaminação por chumbo pode causar doenças severas e levar à morte

Da Redação | 04/03/2008, 14h48

O chumbo integra grupo de elementos químicos conhecidos como metais pesados, de grande força tóxica, que produzem doenças devastadoras e mortes em seres vivos. Em humanos, a acumulação de chumbo no organismo pode afetar severamente as funções cerebrais, sangue, rins, sistema digestivo e reprodutor, inclusive com possibilidade de produzir mutações genéticas em descendentes.

O produto pode se dispersar no solo, água e por meio de emissões atmosféricas, normalmente em decorrência da disposição de resíduos industriais. A contaminação também pode ocorrer por meio do contato direto com produtos que têm esse elemento químico em sua composição, em limites acima dos toleráveis. Como o chumbo não é absorvido pelo organismo, a exposição contínua eleva os níveis de acumulação e potencializa o risco das lesões.

Os sintomas clássicos são irritabilidade, cefaléia, tremor muscular, alucinações, perda da memória e da capacidade de concentração. Esse sintomas podem progredir até o delírio, convulsões, paralisias e coma. Pesquisas revelam que danos causados pelo chumbo podem afetar funções da memória e do aprendizado em todos os ciclos da vida.

Subaé

O caso mais grave de contaminação por chumbo no Brasil ocorreu na cidade de Santo Amaro (BA), distante 100 quilômetros de Salvador. A população vem sofrendo há 32 anos com as conseqüências da poluição e a contaminação pelo chumbo e, ainda, pelo cádmio, outro metal pesado.

O problema foi causado pelas operações de uma fábrica que beneficiava minério de chumbo no município. Instalada em 1960, a Cobrac deixou de operar em 1993, quando faliu e também já estavam parcialmente constatados os danos produzidos por suas operações. Cerca de 500 mil toneladas de apara de chumbo contaminaram as pessoas, as ruas, o rio Subaé e o estuário da baía de Todos os Santos.

Natural de Santa Amaro, o cantor e compositor Caetano Veloso abordou a tragédia vivida pelo município na canção "Purificar o Subaé". Na letra, Caetano fala do "horror de um progresso vazio" que mata mariscos e peixes do rio e dos riscos vividos por sua "gente morena".

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

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