Gilberto Mestrinho volta a criticar demarcação de terras no Amazonas

Da Redação | 11/05/2006, 18h36

O senador Gilberto Mestrinho (PMDB-AM) voltou a criticar em Plenário, nesta quinta-feira (11), a forma como o governo federal vem conduzindo o processo de demarcação de terras na região amazônica para criação de reservas indígenas e áreas de proteção ambiental. Só no governo Luiz Inácio Lula da Silva, segundo informou, foram criados por decreto 8,4 milhões de hectares de áreas protegidas e 9,3 milhões de hectares de reservas indígenas.

Além de acusar o poder público de impor essas iniciativas sem consulta à população local, o parlamentar afirmou que tais ações desrespeitam a legislação sobre o assunto. Para ilustrar seu protesto, Gilberto Mestrinho tomou como exemplo o Amazonas, que reúne 18% do território nacional, mas tem apenas 20% de suas terras liberadas para exploração produtiva. Outro fato a lhe causar indignação é o tombamento de 50,01% do território amazonense para implantação de reservas indígenas e áreas de proteção ambiental.

Gilberto Mestrinho apontou como curioso o fato de as áreas tombadas serem "nobres e preciosas", do ponto de vista de suas reservas genética e mineral e também de suas potencialidades no ecoturismo e bionegócios. Estranhou ainda "a sofreguidão em demarcar de afogadilho" essas terras, sob a justificativa de se evitar ocupação e exploração desordenada e predatória, situações que, de acordo com o peemedebista, não têm registro expressivo no Amazonas.

- Esta é a forma vesga e mágica de oficialmente preservar a Amazônia do desmatamento e da grilagem. Na prática, o dano que isso provoca autoriza a qualquer pessoa de bom senso a acusar o poder público de inépcia ou má-fé - afirmou.

Embora discorde de algumas teses de Mestrinho, o senador Arthur Virgílio (PSDB-AM) destacou seu empenho em mostrá-las convincentes.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

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