Carlos Rodrigues nega ter mandado matar o deputado Valdeci Paiva

Da Redação | 21/09/2005, 00h00

Com voz embargada, o ex-deputado federal Carlos Alberto Rodrigues Pinto, anteriormente conhecido como Bispo Rodrigues, negou aos membros da CPI dos Bingos que tenha mandado matar o ex-deputado estadual Valdeci Paiva de Jesus, assassinado com 19 tiros no dia 24 de janeiro de 2003. Em depoimento à mesma comissão parlamentar de inquérito (CPI), realizado na terça-feira da semana passada (13), a deputada estadual pelo Rio de Janeiro Cidinha Campos responsabilizou o ex-parlamentar pela autoria intelectual do crime.

- Nunca dei um tapa, um peteleco em quem quer que seja. Sou um homem pacífico, nunca tive entrada em polícia por agressão. Nunca agredi ninguém nem verbalmente. A deputada Cidinha Campos me acusou também de ter matado um dono de bingo. Nunca ouvi falar nele, só depois do assassinato - afirmou Carlos Rodrigues.

O ex-deputado - que renunciou ao seu mandato na Câmara dos Deputados para evitar o risco de uma cassação por ter sido apontado como um dos beneficiários do esquema do empresário Marcos Valério Fernandes de Souza - disse que a Polícia Civil e o Ministério Público já chegaram a uma conclusão sobre o caso: que o mandante do assassinato de Valdeci Paiva foi o seu próprio suplente, o atual deputado Marcos Abrahão.

A versão apresentada por Carlos Rodrigues à CPI foi que, no dia do crime, foi procurado por uma desconhecida que se apresentou como namorada do parlamentar assassinado. A mulher o teria orientado a pegar uma encomenda que Valdeci Paiva teria deixado para ele sob sua cama. Rodrigues contou que um portador foi buscar uma caixa contendo algumas fitas cassete, uma carta e cédulas em dólares, que totalizavam US$ 80 mil, e em reais, cujo somatório era R$ 55 mil.

Na carta, Valdeci pedia a Carlos Rodrigues que empregasse o dinheiro na compra de um apartamento para seus filhos. O ex-bispo acrescentou que a Justiça determinou um exame grafotécnico e concluiu que a letra contida no bilhete realmente era do parlamentar assassinado.

- Se eu tivesse brigado com ele, se ele não confiasse em mim, se não fosse meu amigo, teria deixado dinheiro para eu comprar um apartamento para seus filhos? - indagou Rodrigues.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

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