Toninho da Barcelona diz que Dario Messer era o principal doleiro do PT

Da Redação | 20/09/2005, 00h00

"Dario Messer era o principal doleiro do Partido dos Trabalhadores, eu assino embaixo essa informação mesmo que para isso tenha que pegar mais dez anos de condenação". A afirmação foi feita pelo doleiro Antonio Oliveira Claramunt, o Toninho da Barcelona, em depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito dos Bingos. As CPIs mistas dos Correios e do Mensalão também enviaram representantes à reunião.

Segundo Toninho da Barcelona, nos meses que antecederam a eleição de 2002, houve grande dificuldade para conseguir reais em espécie. Para financiar as campanhas dos seus candidatos, o Partido dos Trabalhadores teria utilizado um esquema para trazer para o Brasil dinheiro depositado em contas no exterior. O doleiro, que está preso desde agosto de 2004 por lavagem de dinheiro e evasão de divisas, confessou que ele próprio movimentou US$ 2,050 milhões destinados ao PT.

O esquema descrito por Toninho da Barcelona era o seguinte: o empresário Marcos Valério Fernandes de Souza transferia dólares, de uma conta controlada por ele no Trade Link Bank, para o Rural International Bank. O dinheiro era internalizado para o Banco Rural e repassado ao PT por intermédio da Corretora Bônus-Banval. O doleiro Dario Messer, segundo o depoente, era o responsável pela operação de conversão de dólares em reais.

A Bônus Banval, segundo Toninho da Barcelona, foi levada a Marcos Valério pelo deputado federal José Janene (PP-PR). Este, por sua vez, tomou conhecimento da corretora por intermédio de um doleiro paranaense, Alberto Youssef. Os serviços da Bônus Banval foram apresentados por Marcos Valério ao então tesoureiro do PT, Delúbio Soares, que os levou ao ex-ministro José Dirceu.

- Essa relação era voz corrente no mercado. Enivaldo Quadrado (um dos sócios da Bônus Banval) não fazia questão de esconder, até se mostrava feliz por ter Dirceu como amigo ou conhecido. Mas isso não significa que eu esteja acusando o ex-ministro de ter feito qualquer coisa - disse Toninho da Barcelona.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

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