Segundo Mattoso, contrato com GTech não teve interferência de Waldomiro Diniz

Da Redação | 23/03/2004, 00h00

Durante a audiência pública da Comissão de Fiscalização e Controle (CFC), o presidente da Caixa Econômica Federal (CEF), Jorge Mattoso, afirmou que a prorrogação do contrato entre o banco e a empresa GTech não teve qualquer interferência externa, quer seja do ex-assessor para Assuntos Parlamentares do Palácio do Planalto, Waldomiro Diniz, ou do empresário Rogério Buratti.

As respostas foram dadas ao senador Ney Suassuna (PMDB-PB), autor do requerimento para realização da audiência e presidente da CFC. Mattoso afirmou que não conhece Waldomiro ou Buratti e que em nenhum momento autorizou a intermediação dos contratos com a GTech, que foram realizados diretamente pelos negociadores indicados pela presidência da Caixa.

Da mesma maneira, Mattoso disse não ter conhecimento de qualquer contato de Waldomiro com os negociadores do contrato. Também não houve qualquer pedido do governo para que o contrato fosse renovado em qualquer base, completou.

- Desconheço qualquer pressão sofrida pelos negociadores, que foram claros em seus depoimentos à Polícia Federal. O que se buscou foi um resultado favorável ao país - declarou Mattoso.

Sobre os alegados contatos entre Waldomiro e os negociadores da GTech, o presidente da CEF disse que não foi informado do fato. Os interlocutores da GTech fora da Caixa, "seja a máfia ou gente ligada ao jogo no Brasil", não interessam à instituição, disse.

A carta em que o superintendente de projetos especiais da CEF, Carlos Cartel, aponta a possibilidade de a Caixa poder assumir o processamento das loterias em 18 meses, na opinião de Mattoso, foi mal interpretada pela imprensa, já que o processamento é uma pequena parte (cerca de 25%) do contrato da instituição com a GTech.

À senadora Ideli Salvatti (PT-SC), Mattoso disse que a GTech faz lobby junto a deputados e, como em negócios realizados com a Embratel, age de forma a cartelizar o mercado de prestação de serviços para loterias. Ideli citou depoimento de empresário que denunciou corrupção na licitação que escolheu a Racimec para prestar os serviços lotéricos junto à Caixa, mais tarde assumidos pela GTech, que era acionária da Racimec.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

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