As agraciadas deste ano com o Diploma Mulher-Cidadã Bertha Lutz

Da Redação | 08/03/2004, 00h00

Eva Sopher - Nasceu em Frankfurt, na Alemanha, e emigrou com os pais para o Brasil aos 13 anos em razão da perseguição nazista. Em São Paulo cursou arte, desenho e escultura no Instituto Mackenzie. Em 1939, aos 16 anos, começou a trabalhar na Casa e Jardim Galeria de Arte, que atuava junto à Pró-Arte Sociedade de Artes, Letras e Ciências. Em 1960, mudou-se para Porto Alegre onde continua trabalhando em atividades culturais, tendo participação efetiva na restauração do Teatro São Pedro, entre os anos de 1975 e 1984. Foi também presidente da fundação que leva o nome do importante teatro da capital gaúcha. Outro desafio enfrentado por Sopher foi a implantação do Projeto Multipalco, que inclui um prédio com 13 mil metros quadrados, abrigando dois teatros pequenos, salas de ensaio, salas de aula para cenários e iluminação cênica, e uma escola-oficina teatral.

Maria Gleyde Martins Costa - Nasceu em Crateús, interior do Ceará, migrando com os pais ainda criança para Goiânia, onde formou-se em Administração de Empresas e Direito, pela Universidade Federal de Goiás, com especialização em Direito Penal e Administrativo. Há 18 anos reside na capital de Roraima, para onde mudou-se depois de formada. Foi assistente jurídica na Advocacia Geral da União e uma das primeiras mulheres a exercer o cargo de defensora pública. Atuou durante nove anos como procuradora-chefe da Procuradoria Administrativa de Roraima. Tornou-se conhecida nos movimentos feministas pelo seu trabalho à frente da Delegacia de Defesa da Mulher e na presidência do Conselho Estadual de Defesa dos Direitos da Mulher. Como delegada da mulher, buscou humanizar e profissionalizar o atendimento às mulheres vítimas de agressão, implantando, entre outras medidas, o departamento de assistência psicológica integral a toda a família.

Maria Aparecida Schumaher - Nascida em Santa Fé do Sul, interior de São Paulo, é mais conhecida como Schuma e vive atualmente no Rio de Janeiro. É formada em Pedagogia pela Faculdade de Ciências e Letras da cidade mineira de Machado. Em 1977, engajou-se na causa feminista, atuando na organização não-governamental (ONG) Centro da Mulher Brasileira, em São Paulo. Fundou em 1980 o primeiro grupo feminista brasileiro de combate à violência contra mulher: o SOS Mulher, também em São Paulo. Trabalhou no Ministério da Justiça como secretária-executiva e diretora da articulação política do então recém-criado Conselho Nacional dos Direitos da Mulher, onde atuou de 1985 a 1988. Teve papel fundamental na elaboração da Carta das Mulheres Brasileiras durante a realização da Assembléia Nacional Constituinte. Destacou-se também pela coordenação geral do Dicionário Mulheres do Brasil - de 1500 até a Atualidade, obra lançada em 2000.

Mônica Maria de Paula Barroso - Destacou-se na luta pelas mulheres em situação de risco pessoal e familiar atuando na magistratura e na Defensoria Pública, área na qual ainda exerce suas funções em Fortaleza, no Ceará. É reconhecida como referência no tema da violência contra a mulher. Participa de um grupo de trabalho no Ministério da Justiça encarregado de elaborar a proposta da política nacional de casas-abrigo e presta consultoria ao Conselho Nacional dos Direitos da Mulher. Foi eleita, em 1999, vice-presidente do Colégio Brasileiro de Mulheres Advogadas na Conferência Nacional da Ordem dos Advogados do Brasil e esteve presente na formação da OAB Mulher de São Paulo. Foi também uma das fundadoras do Fórum Permanente de Combate à Prostituição Infantil.

Zuleika Alambert - Nasceu nos anos 20 em Santos (SP), onde ainda atua. Com o fim da Segunda Guerra Mundial, entrou na vida pública, em 1944, no ainda clandestino Partido Comunista Brasileiro. Foi para a URSS, onde estudou Economia, História, Filosofia e Geografia Econômica e, como membro do Partido Comunista, percorreu vários outros países, buscando aprender novas formas de luta pela liberdade. Foi eleita deputada em 1947 e cassada meses depois, tendo seus direitos políticos suspensos por dez anos e prisão decretada por cinco anos. Mesmo assim continuou a luta ao lado de pacifistas, nacionalistas, ativistas da União Nacional dos Estudantes (UNE) e defensores do petróleo. Em 1969 foi exilada por um período de dez anos. Retornou ao Brasil em 1979 com a anistia e, em 1983, ingressou na Frente das Mulheres Feministas.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

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