Ideli destaca momento favorável da política externa brasileira

Da Redação | 24/11/2003, 00h00

A senadora Ideli Salvatti (PT-SC) destacou dois acontecimentos positivos no cenário econômico mundial favoráveis ao Brasil. Ao mesmo tempo, parabenizou a condução da política externa brasileira pelo ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim.

A primeira delas foi o acordo mais flexível para a criação da Área de Livre Comércio das Américas (Alca), conforme pretendia o Brasil e queriam evitar os Estados Unidos. A segunda foi a decisão da Organização Mundial do Comércio (OMC) de punir o governo americano pela decisão de criar uma sobretaxa para o aço importado por aquele país.

A Alca -flexível-, enfatizou, contrapôs a articulação capitaneada por Canadá, México e Chile por um tratado amplo. Mas a decisão, ressaltou, -não significa que as coisas vão caminhar com toda a tranqüilidade-. Lembrou que os Estados Unidos mantêm negociações comerciais paralelas à Alca com outros países da América do Sul, como o Peru, a Bolívia e a Colômbia.

A parlamentar ressaltou ainda que as negociações para uma área de livre comércio entre os países do Mercosul e a União Européia têm prazo para se encerrarem em outubro do ano que vem - antes, portanto, do prazo final para a Alca.

- Haverá uma verdadeira corrida, uma disputa entre os Estados Unidos e a União Européia, para ver quem fecha primeiro o acordo com Mercosul - afirmou, lembrando que as negociações acontecem -em pleno cenário eleitoral- nos Estados Unidos.

Ideli Salvatti lembrou que os europeus, também prejudicados com a sobretaxa americana para o aço, estão adotando medidas de retaliação regionais dentro dos Estados Unidos, para prejudicar a eleição do partido Republicano, de George W. Bush. A decisão da OMC, afirmou, tem -relevância fundamental- para o Brasil, por condenar o protecionismo adotado pelos países ricos em relação aos produtos dos países em desenvolvimento.

A senadora informou ter apresentado texto substitutivo ao projeto de decreto legislativo aprestado pelo senador Roberto Saturnino (PT-RJ) que propõe um plebiscito para decidir se o Brasil participará das negociações da Alca. Relatora da matéria, Ideli disse que seu substitutivo propõe que a população se manifeste ao final das negociações.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

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