MAGUITO VILELA CRITICA CORTE NA DISTRIBUIÇÃO DE CESTAS BÁSICAS

Da Redação | 28/11/2000, 00h00

O senador Maguito Vilela (PMDB-GO) criticou a decisão do governo de cortar a distribuição de cestas básicas para famílias carentes. "É mais uma medida equivocada, tomada ao "bel prazer" de burocratas de gabinete que parecem não conhecer o país que governam". Maguito disse que a decisão "vai aumentar a fome e o sofrimento de milhões de famílias em todo o país".

Na avaliação de Maguito Vilela, as medidas do governo cortando investimentos no setor social já se tornaram rotineiras, mesmo diante dos protestos do Senado, da Câmara dos Deputados e de outras instituições. "Mas chega um ponto em que a gente cansa. Falamos, reivindicamos e o governo continua insensível", afirmou. Ele disse que o Executivo parece uma entidade surda quando os pleitos são originários do povo ou do Congresso.

Um texto do jornalista Clóvis Rossi, publicado nesta terça-feira (dia 28) no jornal Folha de S Paulo, foi lido pelo senador para demonstrar o seu descontentamento com a decisão do governo. Segundo o articulista, o importante para o governo Fernando Henrique Cardoso não é que as pessoas sobrevivam, mas que a pobreza diminua e a economia cresça. Segundo o artigo, depois que pessoas morrerem ou sofrerem danos irreversíveis por desnutrição, de nada adiantará uma mudança de estrutura que dispense o assistencialismo.

Para Clóvis Rossi, seria melhor se o governo fosse menos generoso com os que não precisam de cestas básicas. Maguito avaliou que os recursos destinados às cestas básicas não farão falta ao governo se o programa não for interrompido. Ele lembrou que não faltou dinheiro ao Executivo para custear a obra do fórum trabalhista do Tribunal Regional do Trabalho de São Paulo, nem para socorrer os bancos Marka e FonteCindam.

Em aparte, o senador Luiz Pontes (PSDB-CE) sugeriu que senadores se organizem e que vão até o presidente Fernando Henrique Cardoso para dizer que não aceitam o corte no programa de distribuição de cestas básicas, enquanto não for tomada uma medida para solucionar o problema da fome e da miséria. Ele acrescentou que os alimentos do governo têm sido a solução para várias pessoas que não tem sequer como colocar um prato de feijão para alimentar sua família.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

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