CRISE DA FEDERAÇÃO EXIGE NOVO PACTO, ALERTA GUERRA

Da Redação | 15/01/1999, 00h00

O senador Paulo Guerra (PMDB-AP) alertou nesta sexta-feira (15), da tribuna, que o país vive "uma crise do sistema federativo, que está a exigir um novo pacto, uma nova forma de relacionamento entre estados e União". O parlamentar defendeu uma "união nacional nesse momento de crise, em defesa do Brasil". Mas ressaltou: "Uma união com princípios, sem subserviência, sem ser motivada pelo pânico do caos".De acordo com o parlamentar, por trás dos acontecimentos que configuram a crise brasileira, com seus reflexos econômicos, políticos e sociais, "dissimula-se a verdadeira causa da crise, que é a crise do sistema federativo". Guerra avalia que o advento do neoliberalismo no mundo trouxe junto "a modalidade mais perversa do capitalismo".- Acabou-se o Estado do bem-estar social. Hoje, o que se constata é o desemprego em massa, as pessoas jogadas à própria sorte - lamentou..No entender do senador, o fenômeno da globalização também traz como premissa "o enfraquecimento da soberania das nações". Há chefes de Estado, observou, que "se ajoelham diante dos banqueiros internacionais e das instituições multilaterais que tratam da esfera econômico-financeira". Guerra considera que "as dissensões a que assistimos hoje no Brasil são reflexo de crise maior, em escala mundial".A movimentação dos governadores de estados brasileiros, por conta da crise, ilustra a necessidade de uma reavaliação do sistema federativo nacional, de acordo com a análise do parlamentar. Paulo Guerra lembrou que, para além das manifestações de solidariedade ao governo federal, por parte dos governadores reunidos recentemente em São Luís, no Maranhão, "o que se constatou foram queixumes, muitos queixumes".Os desejos dos governadores solidários com o presidente da República, disse o senador, provavelmente não serão muito diferentes das reivindicações dos governadores de oposição, que estarão reunidos no dia 18, em Belo Horizonte. "Não nos surpreendamos se houver coincidência de reclamos, de reivindicações e de análise", concluiu Paulo Guerra, lembrando os pedidos de renegociação de dívidas estaduais ouvidos no encontro de São Luís.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

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