LÍDER DO PSDB DEFENDE O MINISTRO DAS COMUNICAÇÕES

Da Redação | 17/11/1998, 00h00

O líder do PSDB no Senado, senador Sérgio Machado (PSDB-CE), saiu em defesa nesta terça-feira (dia 17) do ministro das Comunicações, Luiz Carlos Mendonça de Barros, e do processo de privatização das empresas de telecomunicações do Sistema Telebrás. Segundo o líder, o processo de privatização garantiu o interesse dos consumidores com a criação da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), que estabeleceu padrões de qualificação técnica e econômico-financeira para os interessados em participar dos leilões.- Esta preocupação com os consumidores está sempre presente até mesmo nas gravações clandestinas parcialmente reproduzidas pela revista Veja desta semana, inclusive, e de forma muito firme, na fala do próprio presidente da República - afirmou o senador.Para o líder do PSDB, o papel do gestor das privatizações é assegurar o maior valor para o bem que se está vendendo e, segundo ele, isso foi feito "com maestria" através da fixação de um preço mínimo e pelo estímulo a que um maior número de concorrentes participasse dos leilões. "É esse processo que permitiu que se atingisse o excepcional ágio na privatização do Sistema Telebrás. É esse processo que permitiu um ganho adicional de quase R$ 10 bilhões, é esse processo que deveríamos enaltecer, reconhecendo o mérito dos que o conduziram com dignidade e competência", avaliou o senador.Machado lembrou que, em menos de cinco horas, o governo arrecadou R$ 22,067 bilhões no leilão que começou com o preço mínimo de R$ 13,47 bilhões, com um ágio médio de 63,7%. "E vendendo, é bom lembrar, 19% das ações da Telebrás, o que corresponde apenas à quinta parte das empresas", esclareceu. Para o senador, não há o que se criticar ou reclamar do desempenho do ministro das Comunicações e do presidente do BNDES, André Lara Rezende. "Ninguém tem o direito de fazer isso", afirmou.O senador acredita que, num processo de privatização dessa magnitude, o administrador do processo não deve, por dever de ofício, ficar quieto, passivo ou inerte. Para ele, é obrigação do administrador agir com rapidez, com eficiência, com cautela, para conseguir o maior número de concorrentes e o maior valor possível. "Ele não é um árbitro, papel que cabe ao leiloeiro e à Bolsa de Valores. Ele não fica apenas assistindo a movimentação dos concorrentes. Ele é o principal agente da valorização do patrimônio público. Com a responsabilidade de representar a todos nós, 160 milhões de brasileiros. Com a obrigação de valorizar o patrimônio de uma nação", definiu.Sérgio Machado lembrou ainda que nenhuma das empresas concorrentes recorreu à Justiça para questionar qualquer ponto do resultado do processo de venda. "Ou seja, mesmo quem perdeu, reconheceu a derrota e não a questionou em qualquer instância - na Justiça ou mesmo na mídia." Para o senador, poucos homens públicos na história política do Brasil têm o currículo, a competência, a seriedade e a honestidade de Mendonça de Barros e de Lara Rezende. "Um patrimônio humano desse porte, um patrimônio cultural e profissional desta grandeza não deve, não pode ser achincalhado, não pode ser enxovalhado desta maneira, como alguns pretendem fazer", afirmou.O líder disse que o empresário Antônio Ermírio de Moraes, derrotado na privatização da Companhia Vale do Rio Doce, elogiou o então presidente do BNDES, Mendonça de Barros, dando-lhe parabéns por ter conseguido um preço final bem superior ao preço mínimo. "É um depoimento eloqüente, revelador e gratificante porque demonstra como homens sérios, como Antônio Ermírio, são capazes de reconhecer publicamente o bem que Mendonça de Barros fez e faz ao Brasil ao valorizar o patrimônio público", destacou.Machado disse que Mendonça de Barros e Lara Rezende não conversaram apenas com um grupo, mas sim com todos os grupos participantes do processo de privatização, sempre com o objetivo de acirrar a concorrência e aumentar o preço final. Do mesmo modo, disse o senador, eles não trabalharam junto a instituições financeiras para conseguir uma Carta de Fiança apenas para o grupo Opportunity, mas também para outros consórcios e empresas interessadas.- Então, por que usar de uma vergonhosa montagem de telefonemas grampeados ilegalmente para denegrir a imagem pública destes homens? A transcrição das conversas telefônicas, editada pelos grampeadores, não incluiu, por exemplo, como registra a nota do ministro Mendonça de Barros, para a qual peço a transcrição nos anais do Senado Federal, o trabalho das duas autoridades no sentido de estimular as empresas MCI e a Sprint a participar do leilão da Embratel, decisão adotada por elas na noite da véspera do leilão.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

MAIS NOTÍCIAS SOBRE: