HIPÓLITO: FAÇAM PROJETOS E INTERFIRAM NO CONGRESSO

Da Redação | 05/08/1997, 17h04

A receita para os prefeitos que querem executar projetos de habitação, saúde, educação ou saneamento é simples: pimeiro, façam os projetos. Segundo, apresentem suas propostas aos órgãos federais da área. Terceiro, convençam os senadores e deputados de sua região que seus projetos são importantes para o povo. Quarto, não caiam nas mãos de intermediários. Por último, prestem contas, com recibo de tudo que foi gasto.

Num simples resumo, esse é o caminho sugerido pelo consultor de orçamentos do Senado, Hipólito Gadelha Remigio, para o prefeito que pretender obter verbas federais sem cair nas mãos de intermediários. "Aliás, essa intermediação poderá ser crime, conforme projeto apresentado pelo senador Eduardo Suplicy", informou Hipólito. Durante quase três horas, o consultor ensinou, via Embratel, como conseguir as verbas.

É claro que o prefeito de uma pequena cidade certamente terá problemas sérios nesse caminho, a começar pela elaboração do projeto. "Existem, nos ministérios, manuais que ensinam a fazer os projetos", informou Hipólito Gadelha. E ainda: "Quanto mais pobre o município, mais chancesum projeto na área social tem de ser aprovado em Brasília".

Conforme o consultor do Senado, há um mito no país segundo o qual os orçamentos são peças de ficção, especialmente o orçamento da União. "Hoje, não há uma despesa federal que não esteja prevista no Orçamento aprovado pelos deputados e senadores". Por isso, o projeto do prefeito tem de ser contemplado com uma verba prevista no Orçamento.

O mais importante, na opinião de Hipólito Gadelha, é o prefeito, vereador ou funcionário de legislativo estarem bem informados do que deve ser feito. "Os intermediários nada mais são que pessoas bem informadas, que sabem direitinho como deve ser um projeto, onde ele deve ser apresentado e como conseguir a liberação da verba", disse.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

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