O que eles querem é a chance de ter sonhos e poder realizar

Da Redação | 16/06/2015, 11h00

Estudante de direito, Maria Eduarda acompanhou em Plenário a votação. Foto: Ana Volpe/Senado FederalQuem se mete a besta de ter dó ou preconceito contra a Duda nem sabe o tanto que é bobo. Maria Eduarda Soares de Mendonça é uma moça de 23 anos. Sofre de um tipo grave de nanismo — mede menos que 90 cm e enxerga apenas vultos. Ainda assim, cursa direito em uma universidade de Brasília e recebe inúmeros convites para palestras. O tema é quase sempre o rompimento das barreiras da deficiência. Duda acompanhou a votação do estatuto no Plenário do Senado.

 

— A gente se esfola desde sempre para manter nossos direitos vivos, para manter a justiça do deficiente viva. E eu acho que é a partir dessa lei que a gente vai ser enxergada. A gente não é resto. A gente merece respeito, consideração. A gente merece a dignidade da pessoa humana.

 

Junto a Maria Eduarda estava Ari Heck, que compõe o Núcleo de Servidores Deficientes do Judiciário Federal do Rio Grande do Sul. Heck é cadeirante. Para ele, o estatuto é um avanço extraordinário. A expectativa do gaúcho é que as normas possam, efetivamente, assegurar cidadania a essa parcela da sociedade.

 

— Nós temos as nossas capacidades. Nós temos os nossos desejos. Nós temos os nossos interesses, os nossos sonhos. Isso a sociedade brasileira e a mundial não podem tirar de nós, porque ninguém pediu para ser deficiente. O que nós queremos é que a sociedade nos trate de forma igual, usando mecanismos diferenciados.

 

O jornalista e escritor Antô- nio Leitão é cego. Ele ressaltou que o estatuto vai possibilitar avanços nas mais diversas áreas. Enfatizou também a importância de prever a oferta do ensino da língua brasileira de sinais (Libras) para os deficientes auditivos e do sistema braile para os cegos.

 

— O braile é fundamental para a alfabetização e para os anos iniciais do estudo dos deficientes visuais. A gente sabe que a educação é fundamental para todos os seres humanos, inclusive para mim que nasci lá no sertão do Ceará e hoje sou professor, jornalista e escritor. Eu só sou isso por conta da educação — disse.

 

Saiba mais

 

Lei Brasileira da Inclusão da Pessoa com Deficiência

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)